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Mostrando postagens de maio, 2013

Um Novo partido velho (e não é da Marina)

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O TSE acaba de oficializar a criação do trigésimo terceiro partido político no Brasil. Trata-se do “Novo”, que utilizará o número 30 na disputa eleitoral e é presidido pelo banqueiro ligado ao Itaú, João Amoedo. O que tem de “novo” um partido de direita com propostas neoliberais na política e na economia? Tempos atrás, esperando mais de meia-hora na fila quilométrica do 846 na Rodoviária de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, percebi jovens com pranchetas abordando as pessoas. Quando um deles veio falar comigo, pude perceber do que se tratava: era o recolhimento de assinaturas para a formação de mais um novo partido político, que se chama... “Novo”. Fui querer saber do jovem que partido era esse, qual a sua linha ideológica, quem está por trás disso, etc. – aliás, coisa que qualquer um deveria perguntar antes de sair colocando sua assinatura em qualquer lugar, mas que não foi o que aconteceu – e a única resposta que obtive foi que eu estaria ajudando a formar “o primeiro partido fic

Pobreza gera violência? Depende

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A violência nas grandes cidades e na sociedade brasileira, de modo geral, está tão presente no nosso cotidiano, que temos dificuldade de tomar a devida distância para torná-la objeto de reflexão. Estamos tão acostumados com ela, que podemos nos chocar com um ou outro evento isolado – que suscitam reações como as campanhas fascistas pela diminuição da maioridade penal – mas já não nos surpreendemos mais com sua onipresença. Aliás, é justamente por essa dificuldade que vemos tais opiniões distorcidas, tão superficiais e no entanto, carregadas de certezas de serem a verdadeira solução para todos os problemas sociais. É preciso deixar de lado o comodismo das opiniões fáceis, para, além de deixar de ser massa de manobra de setores conservadores, poder entender melhor os problemas do nosso país e propor soluções mais certeiras. Pobreza e violência É muito comum entre os brasileiros a ideia de que a violência é fruto direto da desigualdade, da distribuição injusta de renda, da dificuldade d

Marina Silva fora do seu tempo

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A ex-senadora que se deslumbrou com a ideia de ser a terceira força na política nacional, mas que sofre para recolher as 500 mil assinaturas necessárias para a fundação de seu partido de centro-direita, Marina Silva, achou que ainda dava tempo de meter a colher e palpitar sobre os infelizes comentários e projetos do pastor Marco Feliciano. Ontem, na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), a ex-verde declarou que o parlamentar estava sendo “hostilizado mais por ser evangélico do que por suas declarações equivocadas”. Segundo a nobre ex-senadora conservadora e evangélica, estaria havendo uma substituição do preconceito contra gays em nome do preconceito contra evangélicos. E então, mutatis mutandis , temos que tudo não passa de uma injusta perseguição contra o pastor presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Bom, já são suficientes as frases, citações, vídeos, opiniões, entrevistas, insanidades, baboseiras, gravações de cinegrafista amador, boatos e etc., do pastor

Que venham os médicos cubanos!

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O Conselho Federal de Medicina anda criticando a intenção do governo de permitir a atuação de 6 mil médicos cubanos sob as mais impertinentes críticas, que certamente ocultam outras razões bem mais específicas. Uma das questões mais apontadas é a falta de revalidação dos diplomas dos colegas cubanos. É até louvável que o Conselho esteja realmente tão preocupado com a qualidade dos profissionais que vêm atuar no Brasil. O curioso é que eles não parecem demonstrar a mesma preocupação com o péssimo atendimento e formação dos próprios médicos brasileiros, responsáveis por mortes e descasos como o da menina Adrielly dos Santos Vieira no começo desse ano, além da defasagem de profissionais pelo interior do país, onde a abertura de clínicas particulares é tão mais lucrativa. Justamente onde os profissionais de Cuba vêm trabalhar… O presidente em exercício do CFM, Carlos Vidal, perguntado se não seria melhor que as cidades do interior recebessem esses médicos com diplomas estrangeiros, em v

Mídia e Violência

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Dez anos atrás, o jornalista e professor de Sociologia Muniz Sodré participou do seminário Violência Urbana, Segurança Pública e Cidadania no Rio de Janeiro: Prevenção e Ação . Sua participação levantou pontos importantes que nos servem de reflexão neste momento de espetacularização da violência e clima de insegurança, reação conservadora e polarização de opiniões. Para isso, Sodré tratou todas essas questões pelo viés da mídia, tendo como foco o imaginário que causa essas sensações e comportamentos na sociedade. Segundo o autor, as ciências sociais têm levantado a hipótese de que o homem é um ser social, mas afirma que, na verdade, o ser humano pode ser gregário, mas não social. Para justificar, relembra a famosa parábola do porco-espinho do filósofo Schopenhauer: no inverno, o porco-espinho procura chegar perto um do outro para se aquecer. Mas existem os espinhos, o que faz com que quanto maior a proximidade, maior o atrito também, numa analogia para a condição social da humanidade.

Torça para o time que quiser

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Ontem à noite, Flamengo 2, Campinense 1, um bom jogo pela Copa do Brasil, em Campina Grande. Mas o que mais chamou atenção no jogo estava fora de campo: mais uma vez torcedores, dessa vez paraibanos, fazem campanha para que nordestinos não torçam para os “times do sul”. Apelam para o “orgulho estadual” para apoiar uma atitude que é no mínimo, bastante controversa. A torcida do Flamengo espalhada por todos os cantos do Brasil é o alvo preferido de quem protesta em favor dos times locais em cada Estado em que o clube rubro-negro passa como visitante. Torcida do Figueirense protesta contra catarinenses que escolheram torcer para o Flamengo Vamos lá: por que diabos uma pessoa é obrigada a torcer pelo time local e não pelo que ela quiser? Dizem que torcer para times de fora enfraquece os times locais, mas isso não condiz com a realidade: é exato afirmar que o Campinense – time paraibano cuja torcida foi a última a protestar nesse sentido – já era fraco antes de todos os seus atuais tor

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