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Mostrando postagens de novembro, 2013

Eleições em Honduras e o sistema eleitoral liberal

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  Neste último domingo aconteceram eleições presidenciais em Honduras, e não obstante todas as pesquisas apontarem Xiomara Castro , do partido Libre, como vitoriosa no pleito, as autoridades já anunciam o candidato conservador da situação, Juan Hernández, como novo presidente do país, depois de 68 por cento dos votos apurados. Não por acaso, começaram a surgir diversas denúncias de fraudes e irregularidades vindas dos partidos de oposição ao governo conservador hondurenho, o qual pertence o candidato apontado como vencedor. Manuel Zelaya, ex-presidente hondurenho deposto com um golpe de Estado pelas forças reacionárias hondurenhas em 2009 e marido de Xiomara, já anunciou que seu partido não vai aceitar o resultado, e nisso conta com o apoio de outro candidato, do partido Anticorrupção (PAC), Salvador Asralla. Apesar das graves denúncias e dos fortes indícios que levam a crer que a apuração dos votos nas eleições hondurenhas ocorreram de forma suspeita, os Estados Unidos trataram

Concessões e privatizações

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Sabemos que uma das estratégias do PT para enfrentar a mídia tradicional é o recrutamento de dezenas de blogueiros militantes, sejam eles renomados jornalistas ou internautas anônimos sob alguma página política, que atuam na internet como um pelotão de defesa das medidas governamentais. O problema é que, às vezes, eles exageram e perdem a razão. A última campanha desses grupos na internet tem sido comemorar a concessão dos aeroportos, e para isso, têm usado como parâmetro de comparação a privatização da Vale do Rio Doce. Bom, essa prática é bem antiga, e é o que vem justificando as políticas bem modestas do governo petista nos últimos 10 anos: trata-se de fazer o mínimo para ser apenas menos pior que o PSDB no governo. Numa escala de 0 a 10 onde 0 é totalmente neoliberal e 10 é totalmente social, se os tucanos são 2, os petistas acham que ser 4 está de bom tamanho. A concessão dos aeroportos Uma dessas páginas de tendência pró-governo chama-se Política no Face . Um grupo de intern

Mensalão e a Justiça seletiva

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Enfim, alguns dos condenados da Ação Penal 470, alcunhada pela imprensa como “caso do mensalão”, começam a cumprir penas. Dentre eles, figuras de alta patente como José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e Marcos Valério. Apesar da festa dos órgãos da imprensa comercial, que saboreiam indisfarçavelmente o prazer pelo desfecho do caso – e também daqueles setores das classes médias levadas de roldão pela onda reacionária que as mídias sempre promovem – a sensação por aí não é a de que finalmente o Brasil deu cabo de sua longa tradição de impunidade contra crimes praticados por políticos. Não se percebe otimismo, muito menos esperança de que, a partir de agora, os políticos que coloquem suas barbas de molho, porque a Justiça brasileira acordou. Não é disso que se trata. A sensação é de que a Justiça, composta por magistrados, que por sua vez compõem uma determinada classe social elevada, também atuam politicamente. Junto com a imprensa – outro setor que no Brasil se acostumou a atuar

Continente africano: 500 anos vítima da exploração capitalista

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É bastante comum, em sociedades como a nossa, onde não se têm o hábito de exercer o saudável senso crítico, olharmos para um determinado fenômeno sem sermos capazes de identificar precisamente as suas causas verdadeiras. E esse vácuo de conhecimento é sempre preenchido com ideias deturpadas, pelo senso comum, pela desinformação, pela enganação e pela propaganda. E assim, preconceitos e clichês acabam se tornando verdades incontestáveis apenas pela repetição, como sabia muito bem o ministro da propaganda nazista.   Uma das regiões onde o desconhecimento absoluto sobre sua história só é superado pelos preconceitos absurdos que gera é o continente africano. Nesse mês da Consciência Negra, acho que seria uma boa ideia trazer alguns fatos que explicam um pouco do porquê a África permanecer durante tanto tempo com tantas dificuldades. Afinal a consciência começa com conhecimento. Certamente aqui não vamos ver as teses conservadoras disseminadas por aí de que o negro é incapaz de produzir u

Documentos comprovam sabotagem contra governo venezuelano

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Ao longo da turbulenta história do capitalismo, duas situações constantes vem acontecendo sistematicamente nos países periféricos: o aumento colossal do fosso da desigualdade econômica e social por um lado, e por outro a reação das classes favorecidas, com apoio dos países centrais, contra qualquer tipo de ameaça ao modelo. Para isso, não se furtam a lançar mão dos meios mais sórdidos, cruéis, assassinos e covardes de que possam dispor para alcançar seus objetivos. Um longo histórico de golpes e sabotagens Um dos meios mais comuns de salvaguardar os interesses capitalistas é a associação dos serviços secretos dos países mais avançados com os pequenos setores das burguesias locais nos países periféricos, dispostos a contar com o financiamento estrangeiro, apoio logístico e até fornecimento de armas para golpes, sabotagens, campanhas difamatórias e desestabilização de governos que por ventura ameacem os lucros das grandes corporações capitalistas internacionais associadas com estas cla

Portugal, crise do capitalismo e desigualdade social

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As pessoas mais atentas devem se perguntar a respeito da economia mundial em que estão inseridas: como um sistema – o capitalista – que desde a década de 70 do século XIX apresenta crises cada vez mais frequentes e devastadoras é capaz de se manter, mesmo provocando cada vez mais rejeição na população? Certamente porque nem todos sofrem seus efeitos de forma idêntica. Enquanto está tudo bem na economia, os barões do capitalismo usufruem de liberdade para praticar as suas jogatinas especulativas, inchando de modo artificial as suas riquezas. Os trabalhadores podem, por outro lado, desfrutar de alguma estabilidade. Mas eis que um dia a brincadeira dá errado, e as fortunas começam a desmoronar como um castelo de cartas, assim como os empregos começam a faltar. Quem paga a conta dessa irresponsabilidade temerária? Os trabalhadores, é claro. Enquanto a população trabalhadora carrega nos ombros o peso dos estragos que meia-dúzia de especuladores provocaram, os barões do capitalismo conseg

O rei do camarote e os números da violência

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  Essa semana, dois fatos aparentemente isolados foram noticiados nas mídias brasileiras. Primeiro, em reportagem da revista Veja de São Paulo, conhecemos a vida fútil e ostentatória de um playboy paulistano conhecido como “Rei dos Camarotes”, ao mesmo tempo que tomamos ciência de números estarrecedores sobre a violência no nosso país. Para onde quer que se olhe, há estatísticas e mais estatísticas sobre o crescimento de diversas modalidades de atos violentos, neste que é paradoxalmente conhecido como o país da festa e da alegria – pelo menos para as elites ignorantes que vivem no luxo supérfluo. Quase 50 mil homicídios em um ano De acordo com dados publicados recentemente, 47.136 pessoas foram vítimas de homicídio doloso (quando há a intenção de matar) em 2012, um número exorbitante que excede todas as medidas de uma nação democrática e sem guerras. Isso dá uma média de 129 assassinatos por dia, salvo algum erro matemático de minha parte, o que não seria inesperado. O dobro de es

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