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Mostrando postagens de maio, 2014

Não adianta maquiar o capitalismo global

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Do ponto de vista da justiça social e da distribuição de riquezas, o capitalismo é um retumbante fracasso – e isso quem afirma cada vez mais são os próprios defensores do sistema e não os seus críticos contumazes. Tanto isso é verdade, que grandes figuras da elite mundial se reuniram há pouco tempo em Londres para debater uma forma de tornar o mercado livre menos destrutivo, depois dos comentários feitos pelo economista francês Thomas Piketty de que o capitalismo vem concentrando renda , em vez de distribui-la. É interessante notar que cada vez mais os governantes dos países, eleitos para representar os interesses dos seus povos, estejam alijados das discussões econômicas internacionais, efeito da globalização internacional que desprestigia os Estados nacionais. Na mencionada reunião, por exemplo, tivemos o príncipe Charles servindo como cicerone para figuras como o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton ; Lynn Forester , CEO do conglomerado Rothschild; Madsen Pirie , fund

Trevisan e o estereótipo do machão brasileiro

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De repente parece que os homossexuais saíram todos do armário, ameaçando os pilares da nossa boa civilização cristã. Pelo menos assim parece aos olhos dos contemporâneos que pertencem a uma categoria difícil de definir, apesar de fácil de reconhecer. Uns os chamariam de " coxinhas ", outros de " almeidinhas ", alguns ainda de " neoconservadores "... O que importa é que basta ilustrar essa classe com a figura de um Rodrigo Constantino ou de um Jair Bolsonaro que tudo fica bastante claro. Mas a verdade é que, nem de longe, essa é uma batalha recente. Há muitas e muitas décadas, não era tão simples, realmente, se assumir como homossexual. Mas eis que eu pego um livro de João Silvério Trevisan ( Pedaço de Mim ), que é uma coletânea de artigos escritos pelo autor desde o final dos anos 70, e lá está, dentre uma miríade de assuntos, o tema da homossexualidade -- ou da homoafetividade , para usar um termo mais atual. E já naquela época, Trevisan, homossexual assu

A velha imprensa ganha sobrevida na internet. E com a nossa própria ajuda

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Qual foi a grande e bem-vinda consequência do crescimento da internet nos últimos 15 anos? Aos poucos, ela ajudou a fomentar a diversidade, a pluralidade de visões e de opiniões, tornando-nos sujeitos ativos que interagem com a informação e não meros receptores passivos dos tradicionais veículos de imprensa. Isso ajudou a romper o monopólio das famílias que controlam os grandes conglomerados de mídia no país, como o Grupo Abril, os jornais conservadores e os canais de TV. Durante esse período, temos assistido a uma queda constante da audiência desses veículos, de modo que muitos deles perderam grande parte da influência e receita em publicidade, que migrou para onde a audiência mais tem aumentado: justamente a internet. Isso deveria representar um grande golpe na velha mídia oligárquica e uma grande vitória da diversidade na imprensa, mas não tem sido assim. Por quê? Atrás dessa verba e dessa audiência, essas mídias tradicionais, que representam o controle da opinião pública, os inter

Cidades Alertas, Brasis Urgentes e a sensação de violência

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A página de Facebook que difundiu o boato que atiçou as labaredas do justiçamento, dessa vez no litoral de São Paulo, com direito a suposto retrato falado e tom alarmante, chama-se Guarujá Alerta . É mais uma daquelas mídias dedicadas exclusivamente a potencializar a sensação de medo e insegurança na população a níveis exorbitantes, de modos que, principalmente, a militarização, a brutalização dos órgãos de repressão e o controle da ordem e da “normalidade” sejam tomados como legítimos. A página de notícias locais talvez nem tenha essa estratégia planejada, mas segue exatamente o tipo de receita que virou padrão no jornalismo da TV brasileira, com rastro de pólvora, sangue e violência. Os programas que exploram a violência cotidiana tem o intuito de deixar todo mundo em permanente estado de alerta , e podemos presumir a intenção: que ninguém se sinta nem um minuto relaxado, tranquilo, despreocupado diante da TV, ou na rua, ou no trabalho. Parece que uma postura calma e imperturbável

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