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Mostrando postagens de agosto, 2014

A conta do PT pode estar chegando nessa eleição

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Primeiro, foi o José Dirceu que, vitorioso como coordenador da campanha presidencial no pleito de 2002, virou as costas para as bandeiras históricas do Partido dos Trabalhadores, e deu uma guinada para agradar a elite nacional com a "Carta aos Brasileiros" (leia-se, carta ao mercado) com o Lulinha paz e amor dando mimos e cargos para os setores mais reacionários da política nacional. Tentou no governo ter as mesmas práticas condenáveis de décadas de má política das elites e classes dominantes. Tomou uma trolha de Mensalão no rabo no julgamento do STF pra perceber que jamais será um deles. Agora Dilma foi bajular os religiosos no Templo de Salomão, atrás de umas migalhas de votos evangélicos e disse que "feliz é a nação cujo Deus é o senhor", jogando no lixo uma luta de setores favoráveis ao completo compromisso político com os princípios do laicismo, que ela nitidamente desrespeitou. Ironicamente, pelo que vem se desenhando na campanha presidencial, num eventual se

Pequenas impressões sobre o primeiro debate a presidente na Band

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Hoje 26 de agosto (o debate acabou na madrugada do dia 27), aconteceu nos estúdios da Bandeirantes o primeiro debate a presidente para as eleições 2014, que merece algumas considerações rápidas. Primeiro: como os partidos que não formam as consideradas três principais candidaturas puderam concordar com as regras desse debate na Band? Favoreceram a concentração das perguntas nos três candidatos mais bem colocados. O nível foi até bom, e a grande surpresa foi o Eduardo Jorge do PV, um sujeito espontâneo, descontraído e com propostas até bem progressistas, como a descriminalização do aborto e das drogas, temas sempre delicados para os candidatos. Aécio Neves (PSDB), por exemplo, preferiu sair pela tangente, dizendo que “é a favor da legislação atual” sobre o aborto – por mais que ela seja responsável por diversas mortes de mulheres todos os anos. Aliás, o candidato tucano parecia estar na gravação de um programa eleitoral, com falas e tons de vozes nitidamente ensaiados. José Serra d

Marina Silva não é “terceira via”

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Eduardo Campos era considerado por analistas políticos o candidato a presidente da “ Terceira Via ”. Com o seu recentemente falecimento num trágico acidente aéreo, ainda se discute quem assumirá o seu lugar na chapa, mas enquanto alguns analistas apontam o fim da “Terceira Via” nas eleições de outubro, outro consideram a sua vice, Marina Silva , como herdeira natural desta corrente. Mas o que exatamente representa esta suposta terceira via na política nacional? Ou quais são as outras duas vias? (se é que elas são mesmo duas). A Terceira Via A “Terceira Via” nasceu como uma corrente reformista da social-democracia que visava conciliar dois paradigmas que rivalizaram durante grande parte do século XX: o liberalismo (Primeira Via) e o comunismo (Segunda Via). Políticos como Tony Blair, Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso representaram, mais tarde, a aliança da Terceira Via com as propostas neoliberais, assim que chegaram ao poder em seus respectivos países, influenciando outros go

Sam Harris deveria ter permanecido calado

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A militância ateísta nos Estados Unidos cresceu e se tornou atuante na medida em que o fundamentalismo cristão aumentou assustadoramente naquele país nos últimos anos. Seitas neopentecostais e pastores fanáticos influenciaram milhões de norte-americanos a abandonar os preceitos racionais e científicos para tomar como verdades as parábolas editadas num livro supostamente sagrado, escrito por um povo bárbaro na Era do Bronze há mais de dois mil anos. Os Cavaleiros do Ateísmo Quatro destes militantes se destacaram merecidamente no combate ao irracionalismo religioso, com suas palestras e livros publicados, formando o que seus críticos denominaram “ Os Quatro Cavaleiros do Ateísmo ”: os ingleses Christopher Hitchens – escritor e colunista radicado nos EUA, falecido em 2011 –, Richard Dawkins – de família inglesa, nascido em Nairóbi e educado desde pequeno na Inglaterra, biólogo – e os estadunidenses Daniel Dennet, filósofo, e Sam Harris, filósofo e neurocientista. Brilhantes no ateísm

“Autos de resistência” ou licença para matar?

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Muita gente ficou estarrecida ao assistir ao vídeo divulgado recentemente pelo jornal Extra , que mostra a execução do jovem Allyson Fernandes numa incursão da Core no Morro do Banco em maio, em Itanhangá, na Zona Oeste do Rio. Mesmo depois de rendido, o rapaz de 19 anos foi morto com dois tiros. A alegação dos policiais envolvidos, mesmo que a gravação os desminta peremptoriamente, é “ auto de resistência”, conforme noticiou a rádio CBN hoje. Talvez o hábito seja tão forte que já não sejam mais capazes de improvisar. Ou seja, matou, é auto de resistência, uma realidade que os moradores de comunidades carentes convivem diariamente – embora nem sempre seja possível filmar, como foi no caso do jovem assassinado. Mas a polícia não mata a esmo. Existe um padrão no perfil de mortos pelas mãos da polícia: pretos e pobres, moradores de comunidades carentes. Ainda existe uma parcela significativa de pessoas que aplaudem esse tipo de ação criminosa. Talvez por isso eles continuem matando.

O que as manchetes nos dizem sobre a “imparcialidade” da imprensa

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Uma imprensa imparcial? Pense de novo. Apesar do mito da imparcialidade persistir firme nas nossas democracias ocidentais e no nosso imaginário a respeito do jornalismo, a imprensa pode ser tudo, menos neutra. Basta um pouco de pesquisa e conhecimento para desnudar as atividades político-ideológicas que se escondem atrás de fachadas de notícias aparentemente isentas ao longo dos últimos tempos. Uma nova ferramenta está à nossa disposição justamente para este propósito: trata-se do site Manchetômetro , que, como o próprio nome diz, tem a intenção de medir a valência (o teor positivo ou negativo) da abordagem feita nas manchetes sobre determinado candidato a presidente pelos jornais Folha de S. Paulo , O Globo e Estado de S. Paulo , e no Jornal Nacional , da TV Globo.   Leia também: A velha imprensa ganha sobrevida na internet. Um primeiro estudo interessante e muito revelador foi publicado recentemente no site, mostrando, através de um gráfico, a quantidade de matérias de capa

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