A onda neoliberal que varreu diversos países da América Latina nos anos 90 foi ainda mais destrutiva no México. O acordo de livre comércio dos países da América do Norte (NAFTA) e a revogação do Artigo 27 da Constituição revolucionária mexicana de 1917 selou o desmonte dos ejidos , uma conquista dos tradicionais indígenas camponeses mexicanos. A solução encontrada foi a revolta, o protesto, a guerrilha. Mas de uma forma diferente do que até então se conhecia. Em 1º de janeiro de 1994, à meia-noite, o presidente mexicano Carlos Salinas brindava com correligionários num resort particular na costa do Pacífico a entrada em vigor do NAFTA (Salinas assinando o acordo na imagem à direita). No mesmo dia, na mesma hora, a 800 quilômetros dali, 3 mil camponeses indígenas com máscaras de esquiar saíram das florestas de Chiapas e marcharam sobre 7 cidades do estado mais pobre do México. Em San Cristóbal de las Casas , fincaram a bandeira preta com quatro letras vermelhas do movim...