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Mostrando postagens de setembro, 2014

A história ensina

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Da série " O tempo é o senhor da razão ": Em 1964, as Forças Armadas derrubaram um governo que, entre outras bandeiras, tinha a defesa da Reforma Agrária. Naqueles tempos (e isso não mudou), possuir terras era uma forma de poder, e como tudo neste país, elas estavam concentradas nas mãos de uns poucos latifundiários, enquanto grande parte da população rural padecia de falta de oportunidades para trabalhar.  Hoje, 50 anos depois, a Reforma Agrária ainda não é uma realidade plena, mas, ironicamente, quem alimenta os militares do Ministério da Defesa é a Agricultura Familiar , através de acordos promovidos pelo governo com algumas famílias agricultoras ao redor de Brasília. Duas vezes por semana, elas fornecem uma variedade de alimentos que o governo compra para abastecer os refeitórios do Ministério.  E pensar que os militares lutaram pela manutenção dos latifúndios nos anos 60… Talvez eles preferissem estar comendo dia após dia ração de soja com suco de laranja. Transgênica

Pezão, um estranho fenômeno de repentina popularidade

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Naqueles memoráveis dias de junho do ano passado, o Brasil foi às ruas protestar. O que começou como uma campanha contra o aumento de 20 centavos na tarifa dos transportes se transformou num movimento de massas, e os protestos então se voltaram para variados temas, em especial a corrupção . No Rio de Janeiro, no auge da indignação, mais de um milhão de pessoas direcionaram seus protestos ao então governador do Estado, Sérgio Cabral Filho. Responsável por um dos governos mais impopulares dos últimos tempos, avaliado como o pior governante do país inteiro, o político sentiu a pressão: saiu antes de terminar o mandato, e teve sua candidatura ao senado abortada pela sua descomunal taxa de rejeição. Por tudo isso, seu insosso e até então desconhecido vice, Luiz Fernando Pezão, assumiu o governo e foi lançado às pressas na sua própria campanha para o próximo mandato. Como não podia ser diferente, começou sem nenhum prestígio, na faixa dos 5 por cento de intenções de voto, muito abaixo dos

PSDB e Globo em queda livre. Bom sinal para o país

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Na próxima eleição, que certamente será levada ao segundo turno na disputa nacional, pela primeira vez o PSDB não estará nela. Sondagens de especialistas têm mostrado que os tucanos sairão bem menores da disputa eleitoral do que entraram. A legenda vai encolher na Câmara, no Senado e entre os governadores eleitos. A mídia conservadora já notou o fenômeno e ligou o alerta: Ilmar Franco pergunta n'O Globo: para onde vai o PSDB ? Essa é uma pergunta difícil de responder. Se o PSDB vai encolher por culpa direta de seu candidato principal, Aécio Neves, que está prestes a protagonizar um dos maiores fiascos dos últimos tempos, ficando de fora do segundo-turno e não conseguindo fazer seu candidato se eleger em seu próprio Estado, então o partido ainda tem salvação. Seria difícil uma reformulação total e uma renovação de quadros dentro do partido, quando Aécio se juntar a nomes que desfrutam de uma colossal rejeição nacional (Fernando Henrique Cardoso) ou que emplacaram uma série de derr

Se pode a bíblia, também pode livro satânico

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Por que é tão difícil compreender o princípio da laicidade em sociedades como a nossa? Porque líderes religiosos agem de má-fé (ao pé da letra ) ao combater o laicismo para defender seus interesses econômicos disfarçados de obra religiosa? Porque o assunto não é debatido com seriedade nos meios de comunicação? Porque as pessoas não tem o menor interesse no assunto? Pensando nisso, talvez seja necessário mostrar com exemplos práticos, e também com um certo impacto, a importância do tema. Foi isso que um grupo que defende o secularismo fez nos Estados Unidos. O Conselho Escolar do Condado Orange, na Flórida, numa clara violação do princípio da laicidade, permitiu a distribuição de bíblias nas escolas locais. Para protestar contra esse absurdo, o grupo chamado Templo Satânico resolveu protestar de forma criativa: imprimir e distribuir livros de colorir com temas pagãos e satânicos entre os alunos. A intenção é nobre: ao contrário dos cristãos, que insistem em fazer proselitismo em ambie

Meritocracia (charge)

Publicação by Panorâmica Social .

É contra o Trabalho Escravo? Então não eleja os seguintes deputados

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Ano de eleição é sempre a mesma coisa: deputados pedem votos prometendo atuar em nome dos interesses dos eleitores. O discurso quase nunca varia muito, e certamente a esmagadora maioria deles não põe em discussão temas importantes como taxação de grandes fortunas, despenalização do aborto, descriminalização das drogas, auditoria da dívida pública, defesa do Estado laico, Reforma Agrária ou outro assunto de interesse atual. Preferem um mantra genérico e sem nenhum compromisso específico: “mais emprego, segurança, saúde e educação”. Pior do que isso: quando eleitos, além de esquecerem as promessas, ainda atuam na contramão dos interesses da população, virando capachos do poder econômico. É assim que um grande número de deputados votou contra a aprovação da PEC do Trabalho Escravo em 2012. A chamada “bancada ruralista” tentou barrar o projeto que desapropria, para fins de Reforma Agrária, terras onde haja trabalho escravo, na concepção moderna do termo. Em nome de quem estavam atuando?

Marina Silva foi cooptada para servir às elites como Lula em 2002

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Daniela Mussi escreveu um artigo muito esclarecedor no blog Convergência ( A esquerda e as eleições: recolocando a estratégia em seu lugar ) sobre o PT e seu projeto de governo colocado em prática nos últimos anos. Utilizando o conceito transformista de Antonio Gramsci, a autora revelou como o Partido dos Trabalhadores operou a sua metamorfose desde um partido de bandeiras de lutas por reformas sociais a uma legenda da ordem, alinhada com os setores conservadores-moderados da sociedade. Para a autora, hoje está acontecendo um esgotamento da confiança do eleitor no governo. A insatisfação da sociedade brasileira com os rumos do país, no entanto,  precederam a chegada do PT ao poder em 2002 e foi o que propiciou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, depois de quatro tentativas. O que acontece é que o partido não cumpriu o que foi eleito para fazer, provocando os sucessivos desapontamentos como suas lamentáveis  alianças com os setores mais reacionários da sociedade em nome de uma ficç

A batalha do segundo turno entre Dilma e Marina

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Membros do comitê de Aécio Neves, como o coordenador de sua campanha, Agripino Maia, parecem já ter jogado a toalha. No segundo turno, do jeito que a coisa está indo, vai dar Dilma, presidente que até há pouco tempo levava uma campanha morna, no piloto automático, considerando não haver nenhuma ameaça à vista (não contava com o imponderável da morte de Eduardo Campos) e Marina Silva, o furacão que herdou a vaga do finado candidato e mexeu com todo quadro eleitoral. Sentindo que terão que lutar ou morrer, os governistas dão pinta de que virão com um rolo compressor de toneladas de publicidade (pelo menos o que for permitido pelo TSE), milhões de Reais em campanha eleitoral, militância petista com o orgulho ferido, tudo como se não houvesse amanhã... E do outro lado, uma massa de opositores totalmente heterogênea orbitando a candidatura rival: a turma tucana, o DEM, o pessoal do agronegócio, os banqueiros, as grandes mídias e os fundamentalistas das seitas evangélicas… Vai ser bonito

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