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Mostrando postagens de novembro, 2016

O pluripartidarismo de araque no Brasil e nos EUA

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O liberalismo é hegemônico nos sistemas democráticos como o comunismo nos sistemas considerados "não-democráticos". Onde estaria a diferença? S omos condicionados a acreditar, desde sempre, que vivemos no melhor dos regimes de poder — o democrático — onde uma gama de partidos políticos disputam em relativo pé de igualdade os corações e mentes dos eleitores, em oposição aos regimes “totalitários” de Coreia do Norte e Cuba, por exemplo. Será verdade? Muitos partidos, uma só ideologia Didaticamente falando, quando um país apresenta um regime político baseado em um partido político apenas, trata-se de um unipartidarismo; dois partidos antagônicos com propostas diferentes para dirigir o país, podemos afirmar que se trata de um bipartidarismo legítimo; vários partidos políticos de tendências diversas e alternância de poder são características de um pluripartidarismo, que é, supostamente, uma das vantagens do sistema democrático. Mas quando este mesmo pluripartidarismo apres

Caixa 2: Rodrigo Maia prepara terreno para a impunidade com freio na Lava Jato

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U ma situação hipotética para vocês tomarem maior ciência do que, de fato, significa o crime de Caixa 2 . Eu, Almir Albuquerque, resolvo ser candidato a deputado federal pelo PSOL. Além do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, mais conhecido como Fundo Partidário , eu só conto com parcas doações espontâneas de eleitores avulsos, pessoas físicas que se interessaram pelas minhas propostas. Com isso, eu consigo arrecadar, digamos, 100 mil Reais para a minha campanha, tudo devidamente registrado na Justiça Eleitoral. Chamemos essa prestação de contas de Caixa 1 , legal e autorizada. Outro candidato a deputado qualquer, vamos chamá-lo assim aleatoriamente de Eduardo Cunha , concorrendo por um partido maior e com mais votos na última eleição, além de ganhar já uma fatia maior deste mesmo Fundo, recebe “doações” por fora , de centenas e centenas de milhares de Reais (muitas vezes milhões), vindos de empresas privadas que também têm interesses nas propostas (simpát

Leonel Brizola e Garotinho, ambos vítimas da máquina de triturar reputações da Rede Globo

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S e tem o que Anthony Garotinho tenha aprendido nos seus tempos de PDT, ao lado de Leonel Brizola , foram duas coisas: primeiro, o discurso duro e direto; e segundo, sua oposição aguda e militante contra as Organizações ( Criminosas ) Globo. E ambos sempre pagaram um preço caro por isso. Como tantos outros políticos antes e depois dele, como Marcello Alencar e César Maia , Garotinho filiou-se ao PDT nos anos 80 pegando carona na popularidade do governador Brizola, e pela legenda foi eleito deputado estadual, prefeito de Campos duas vezes e governador do Estado do Rio. E como todos eles, traiu o ex-líder, abandonou o trabalhismo e debandou para partidos conservadores com a mesma facilidade, na medida em que a mídia fluminense detonava a carreira política de Brizola com mentiras criminosas. Se outros políticos, ao abandonarem o PDT, viraram a casaca completamente, Garotinho ainda manteve algumas características da época pedetista que sempre o fizeram ser vítima de muitos ataques do

A morte do jornalismo brasileiro

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O Brasil padece de certas questões históricas que caracterizam o nosso atraso em relação ao resto do mundo de forma muito marcante. Fomos o último país a abolir a escravidão, por exemplo, já nos estertores do século XIX. Mas nada demonstra mais a nossa tardança em nos modernizar do que o monopólio que algumas poucas famílias exercem sobre a comunicação nacional. O ápice dessa situação anômala foi a recente entrevista do famoso programa Roda Viva com o presidente ilegítimo, Michel Temer . Alguns poderiam argumentar que o programa é de uma emissora estatal, não sendo, portanto, de nenhuma daquelas famílias que detêm os principais canais do país. Entretanto, os jornalistas escolhidos são conhecidos, primeiro, por trabalharem nas empresas privadas de comunicação , e, segundo, por ostentar parcialidade em suas colunas e em seus blogs . São todos alinhados com os interesses comerciais dos patrões, todos conservadores nos assuntos sociais e liberais na economia, sendo, portanto, public

O que Hitler, Trump e Bolsonaro têm e não têm em comum

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D esde a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas que o mundo o vem comparando com outro radical histórico da direita: Adolf Hitler . No Brasil, o cotejo ganha mais um membro: Jair Bolsonaro , o parlamentar com opiniões grosseiras contra homossexuais e mulheres. Esse tipo de relação procede? Sim e não. Individualmente, cada um deles tem um histórico bem diferente, atuações diferentes e alcances diferentes. Mas cativam um público em comum. O líder carismático que colocou o mundo à beira da loucura Adolf Hitler era um militar ordinário que viveu numa época em que seu país fora destroçado por dois eventos concomitantes num período de poucos anos: o pós- Primeira Guerra Mundial em que saíram derrotados e a Crise de 29 . O orgulho nacional alemão estava ferido e seu discurso radical contra as minorias encontrava ressonância numa camada social ampla que padecia com o desemprego e a inflação gritante, e que precisava se reerguer da crise a qualquer custo. Com uma o

Depois do mito da democracia racial, é o fim da “democracia social”

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  A tese conservadora das classes dominantes brasileiras, da academia, etc. desde Gilberto Freyre e daí para o senso comum da sociedade dizia que, no Brasil, o racismo era mais “ suave ” do que em outras partes do mundo ou sequer existente; que aqui, ele não era institucionalizado, como nos Estados Unidos ou na África do Sul , e portanto, os negros teriam as mesmas oportunidades de ascensão social do que os brancos. Durante muitas décadas, essa tese vingou plenamente. Por quê? Porque atendia, em certa medida, tanto as pretensões de brancos quanto a de negros. As elites brancas se beneficiavam do mito porque assim não se sentiam culpadas por sua posição social privilegiada, já que qualquer um poderia “trabalhar duro e chegar lá”, e também porque não seriam obrigadas a agir para mudar um quadro de segregação racial que, supostamente, não existia. Os negros se beneficiaram, em alguma medida, porque eram tolerados, desde que se enquadrassem aos papéis que lhes fossem atribuídos. Um

TJ-SP suspende proibição de balas de borracha pela polícia em protestos. Veja a alegação

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P rotestar, ir para as ruas, reivindicar, até onde se saiba, não constitui crime per si . No entanto, no nosso país, é passível de reações brutais das forças policiais, que atuam em nome da “ ordem ” estabelecida. Ou seja, em outras palavras, atuam para combater setores desprivilegiados da sociedade que por ventura venham a ameaçar os privilégios das classes dominantes. A ordem que fomenta essas desigualdades precisa ser mantida e protegida pelos cães de guarda armados da burguesia travestidos de agentes da ordem. É fato que os juízes fazem parte deste extrato privilegiado. Na verdade, formam praticamente uma casta de superprivilegiados , intocáveis de fazer inveja aos antigos magistrados romanos, e que têm a lei nas mãos ao bel prazer. No nosso país, gasta-se o equivalente a quatro vezes o que Alemanha gasta com o sistema judiciário, o que representa incríveis 1,3 por cento de todo o PIB brasileiro. Os juízes do Brasil são os mais caros do planeta, e estão longe de serem os mais e

O difícil equilíbrio entre nacionalismo e universalismo humanista

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O nacionalismo moderno teve a sua gênese nas lutas dos povos europeus contra a tirania dos reis absolutistas e contra a Igreja Católica , que foi, durante muito tempo, a única instituição cujo poder pairava acima de todos os povos. De lá pra cá, o nacionalismo tem servido a diversos propósitos – uns, bastante nobres, como no processo de independência de algumas ex-colônias pelo mundo, mas outros, nem tanto, como na afirmação da superioridade nacional perante outras nações, além de intenções golpistas em seu nome. O nacionalismo no Brasil O processo nacionalista no Brasil começou ligado ao movimento romântico , de exaltação das nossas supostas qualidades particulares, nossa cultura e nosso povo. E esse tipo de louvação utópica da “ pátria amada ” descambou para um tipo de nacionalismo ufanista superficial e perigoso, pois manipula os interesses de classes específicas como se fossem os interesses de todos os cidadãos da nação . Como consequência, os símbolos nacionais brasileiros f

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