Leonel Brizola e Garotinho, ambos vítimas da máquina de triturar reputações da Rede Globo

Anthony Garotinho, Caó e Brizola

Se tem o que Anthony Garotinho tenha aprendido nos seus tempos de PDT, ao lado de Leonel Brizola, foram duas coisas: primeiro, o discurso duro e direto; e segundo, sua oposição aguda e militante contra as Organizações (Criminosas) Globo. E ambos sempre pagaram um preço caro por isso.

Como tantos outros políticos antes e depois dele, como Marcello Alencar e César Maia, Garotinho filiou-se ao PDT nos anos 80 pegando carona na popularidade do governador Brizola, e pela legenda foi eleito deputado estadual, prefeito de Campos duas vezes e governador do Estado do Rio. E como todos eles, traiu o ex-líder, abandonou o trabalhismo e debandou para partidos conservadores com a mesma facilidade, na medida em que a mídia fluminense detonava a carreira política de Brizola com mentiras criminosas.

Se outros políticos, ao abandonarem o PDT, viraram a casaca completamente, Garotinho ainda manteve algumas características da época pedetista que sempre o fizeram ser vítima de muitos ataques dos de cima e das mídias conservadoras como a Rede Globo: especialmente a sua política voltada aos pobres, chamada de forma vulgar e pejorativa pelos opositores de “populista” — como se qualquer medida que beneficiasse os mais necessitados tivesse necessariamente intenções eleitoreiras. Se Brizola era “populista” por dar educação de qualidade às crianças carentes e impedir que a PM entrasse de forma violenta nas favelas, Garotinho foi o idealizador do restaurante popular e atividades culturais a 1 Real, entre outras medidas. Mas principalmente por sua feroz oposição às Organizações Globo, postura que ficou bastante evidente em diversas ocasiões públicas, Garotinho sempre esteve nos noticiários envolvidos em diversas acusações. Sendo que, na última dessas ocasiões, antes de ser preso, faz graves acusações. (ver video abaixo). Garotinho se notabilizou por ser um dos críticos mais contumazes da quadrilha peemedebista que tomou de assalto o Estado do Rio, deixando-o em frangalhos, enquanto esta mesma quadrilha no governo recebia o silêncio generoso da Globo nestes últimos anos.

A verdade da crise no estado

Publicado por Anthony Garotinho em Domingo, 13 de novembro de 2016

Uma dessas medidas chamadas pelas classes conservadoras de “populistas” é o bolsa-família do governo federal. Ignora-se cretinamente a necessidade de milhões de miseráveis necessitados de apoio governamental, com base em mentiras e falácias que evidenciam um caso ou outro particular de abuso do benefício. Na esfera municipal, o bolsa-família, pelo menos em Campos, é o cheque-cidadão, que foi o motivo da recente prisão do ex-governador Garotinho, secretário de governo da prefeitura de Campos, alardeada e exposta com requintes de vingança e maldade pelas emissoras da Globo.

Segundo a acusação, a prefeitura de Campos teria quase triplicado o número de beneficiados do cheque-cidadão às vésperas da eleição.

Suspeito? Sim, bastante. Entretanto, não mais grave do que o crime de Caixa 2, onde empresas privadas financiam políticos por fora com milhões de Reais para depois receber benesses do governo que ajudou a eleger. Crime este que os parlamentares estão doidos para anistiar, enterrando assim as investidas da Lava Jato em políticos corruptos não-petistas — especialmente os do PMDB do Rio.

Garotinho pode ter os seus graves defeitos, e certamente um deles é contribuir para a promíscua relação de igrejas evangélicas com a política. No entanto, embora sua prisão tenha sido alardeada no mesmo tom que a prisão de outro ex-governador do Estado — a de Sérgio Cabral Filho, do PMDB — basta uma breve olhada na lista de acusações para que vejamos realmente, como alega o campista, que aumentar o número de cheque-cidadão e acusações de enriquecimento ilícito, sonegação e corrupção são duas coisas completamente diferentes.

Mas calhou, coincidentemente, da prisão do Garotinho ter sido decretada quase simultaneamente da de Sérgio Cabral, tirando assim um pouco do foco midiático do chefe de quadrilha peemedebista.

A Rede Globo sempre defende os seus.





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