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Mostrando postagens de maio, 2017

Boa notícia: CCJ do Senado aprova emenda da eleição direta.

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O povo brasileiro conseguiu uma vitória no dia de hoje. Foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) por unanimidade a PEC da eleição direta no caso de vacância no cargo de presidente da República nos três primeiros anos de mandato. Ou seja, em até 12 meses antes da próxima eleição. Entretanto, a tramitação da emenda constitucional pode demorar e inviabilizar seu uso já no caso do Ilegítimo Michel Temer ser afastado do cargo. Agora a PEC vai para votação no Senado e, caso seja aprovada, seguirá ainda para a Câmara dos Deputados. Por que, então, diante desse cenário, é uma boa notícia? Na verdade é uma ótima notícia. Essa emenda constitucional tão importante só foi aprovada devido a pressão popular que já começa a crescer em todo o Brasil. Não deve ser coincidência que ela venha depois da invasão de Brasília e da manifestação que colocou quase 200 mil pessoas em Copacabana no último domingo. Outros protestos estão sendo marcados em todo o Brasil em nome da

Ricardo Boechat e a violência nos protestos

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O radialista e apresentador do Jornal da Band, Ricardo Boechat, conta com grande simpatia — merecida ou não — de grande parcela da opinião pública progressista , muito embora, durante os programas de rádio onde pode emitir sua opinião, não faça muito jus a esse respeito. Jornalista que não incomoda o status quo Boechat sempre teve uma postura crítica que, entretanto, pouco assusta ou ameaça a ordem, pois se assim não fosse, não estaria no ar a tanto tempo. Jornalistas que incomodam o establishment não têm espaço na mídia para contrariar o senso comum patrocinado pelas grandes corporações. E por isso vemos tantos jornalistas amestrados na coleira do capital como Míriam Leitão, Merval Pereira e outros congêneres. Assim mantêm seus empregos. Um exemplo notório disso que estamos falando é o raivoso e reacionário Reinaldo Azevedo , que teve seu vasto currículo de serviços prestados ao capital solenemente ignorado, pois ousou ser imparcial e criticou a forma como a Lava Jato estava

Esmiuçando a crise política brasileira

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P assados já alguns dias desde que o jornalista d’O Globo decidiu divulgar o trecho da delação premiada que veio a colocar verdadeira gasolina na fogueira da crise brasileira, temos melhores condições de analisar alguns dos desdobramentos das denúncias, não obstante ainda haja muita coisa imprevisível para acontecer nos próximos dias. Crise no andar de cima A primeira constatação que podemos fazer é que, apesar dos protestos das classes populares com a direção de movimentos sociais e sindicatos contra o governo Temer — irrisórios, no que tangem à participação das massas — os apuros por que passa o Ilegítimo presidente da República são causados de cima. Ou seja, a crise é uma crise das elites , provocada no topo da pirâmide social , é um conflito das classes dominantes em que o povo, repetindo José Murilo de Carvalho, é mero espectador, assistindo bestializado o desenrolar dos fatos. Ao que tudo indica, os mercados, aqueles que, neste sistema capitalista prostituído, são os

Catástrofe Climática, Imperialismo e a Grande Fome do século XIX

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E ssa é uma história pouco contada pelos historiadores. A história de três catástrofes humanitárias causadas pela seca na Ásia e em outras partes do mundo, na segunda metade do século XIX, que poderiam ter sido evitadas. Poderiam, se, para a infelicidade dos pobres camponeses das regiões afetadas, esta também não fosse a era do Imperialismo Europeu. Em nome do liberalismo econômico e da economia de mercado, produziu-se um verdadeiro holocausto humano de 40 milhões de vítimas da Fome, enquanto a Europa prosperava em abundância. Embora o fenômeno do El Niño (e da La Niña) só tenha sido melhor compreendido no final da década de 1960, as instabilidades de temperatura do Oceano Pacífico já afetavam as condições climáticas desde sempre no mundo, afligindo a vida do Homem, especialmente o do camponês que depende da terra e das chuvas para plantar e colher. Durante as épocas de prolongada seca, certas comunidades aprenderam a amenizar o sofrimento com um sistema econômico que previ

O Brasil vai ficando mais longe do que se define como civilizado

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P ara uma sociedade mostrar-se civilizada perante o mundo nos parâmetros atuais — e não mais em comparação com tribos selvagens numa escala eurocêntrica de civilização, como era tempos atrás — é preciso que se cumpra alguns requisitos básicos. Direitos e deveres precisam caminhar pari passu , com os exemplos vindos de cima. Uma elite não pode ser uma elite só porque possui mais dinheiro, mas precisa ser, pelo menos na ótica burguesa, aquela classe que tem a solução mais inteligente para os problemas e dita os valores a toda a sociedade. Tudo isso, infelizmente, passou ao largo no nosso país. Nossas elites nunca tiveram um senso patriótico , nunca tiveram um projeto de nação para fundar um país digno e com oportunidades para todos. Nosso legado histórico de desigualdade, escravidão e violência cotidianas tiveram um peso muito maior na constituição de quem somos, muito mais do que os belos lemas burgueses europeus de igualdade e fraternidade. O resultado disso hoje é que nossas c

O brasileiro aprendeu a protestar na prática. Só falta a teoria

D esde 2012, pelo menos, o brasileiro aprendeu a ir para as ruas com mais frequência para reivindicar seus direitos, ou para protestar sobre alguma medida que o desagrade. De uma forma espontânea que até hoje gera debates entre os especialistas, a população se mobilizou e chegou a colocar um milhão de manifestantes nas principais cidades do país. Naquela época, o movimento começou contra o aumento abusivo das passagens de ônibus em algumas das capitais do país, organizado pelo Movimento Passe Livre. Aos poucos, no entanto, a indignação perdeu o foco. Diversas demandas foram entrando na pauta, temas que pouco tinham a ver com transportes públicos, que iam desde a falta de professores nas escolas até o problema da saúde pública. Até que se chegou a esse tema superficial, genérico, inócuo e falacioso do "combate à corrupção". Corrupção de quem? Quando? Aonde? Ninguém sabia dizer, ou dizia genericamente "do governo", ou "dos políticos em geral". Nesse moment

Devemos nos solidarizar com policiais militares?

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F alar sobre a violência das polícias militares pelo Brasil afora é sempre um tema muito difícil. A conduta violenta dos PMs induz a opiniões negativas sobre os soldados da linha de frente da ação, cumpridores de ordens — às vezes com um afinco exagerado — dos escalões superiores. Os agentes da lei e da ordem vão às ruas com uma missão pré-determinada: inibir todo e qualquer tipo de manifestação popular , seja ela pacífica ou não. Dessa forma, só conseguem angariar as antipatias das camadas populares, incomodadas com o tipo de vida que levam, além de lutarem por direitos e mudanças sociais, e que têm seu livre direito à manifestação vilipendiado pela agressividade de policiais militares. O problema é exatamente que estes policiais foram designados para defender a ordem estabelecida, esta que favorece aqueles poucos privilegiados em detrimento da maioria da população. E para piorar ainda mais as coisas, grande parte do efetivo de praças, pra não dizer a maioria esmagadora, é colh

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