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Mostrando postagens de junho, 2012

Rio + 20: mudar para continuar tudo como está

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Debater uma forma de acabar com os prejuízos causados pela grande demanda de recursos naturais do sistema só tem uma saída: acabar com esse sistema. O resto é falácia. Desviar o foco. Dessa forma pode ser resumida a tentativa de líderes mundiais, setores privados, ONGs e outros grupos que se reuniram no Rio de Janeiro no fim desse mês para determinar como é possível reduzir a pobreza, promover a justiça social e a proteção do meio ambiente. Economia verde, capitalismo verde, desenvolvimento verde... a nova moda das classes dirigentes é esverdear todas as modalidades de destruição que o sistema atual causa no planeta e nas comunidades mais pobres. Durante vários dias, tentou-se chegar a um acordo para diminuir as consequências da exploração dos recursos naturais da Terra, mas a declaração final foi considerada um tremendo fracasso. E não podia ser mesmo diferente. Por quê? Porque já não é de hoje que os governos vêm atuando cada vez mais em sintonia com os interesses das gran

Turismo em assentamentos israelenses: a prática de simular tiros em palestinos

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Trechos do artigo publicado em Net Magazine traduzido por Almir Ferreira Acampamento de verão, estilo de guerra: como um peru congelado mergulhado em óleo fervente, um grupo de turistas norte-americanos desce de uma van com ar-condicionado para o calor escaldante da Cisjordânia. Distribuindo sorrisos por toda parte, eles marcham para Caliber 3 , um campo de tiro local. " Mexam-se! ", o guia israelense de repente grita. " Destruam os terroristas* ", ordena, e eles atacam, com armas carregadas, em alvos de papelão. Gush Etzion tornou-se um destino quente nos últimos meses para os turistas que procuram uma experiência em Israel como nenhuma outra: a oportunidade de uma falsa operação de atirar em "terroristas". Os moradores judeus dos assentamentos próximos que cercam o local, oferecem aos turistas a oportunidade de ouvir histórias do campo de batalha, assistir a um assassinato simulado de terroristas pelos guardas e de atirar com armas de fo

Spray de pimenta é a nova tortura de policiais sádicos

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Especialmente na época da ditadura civil-militar brasileira, as polícias atuavam em cooperação com o Exército na repressão a atos políticos, considerados movimentos subversivos contra a ordem conservadora-burguesa das elites. Faziam parte da rotina a captura, a prisão, a arbitrariedade, e principalmente, a tortura de cidadãos inocentes. São repletos os casos divulgados pela Comissão da Verdade nos últimos anos.   A ditadura acabou — pelo menos oficialmente — e com ela chegou a democracia e o Estado de Direito — pelo menos em tese — mas a nossa polícia, pasmem, continua a mesma. É lógico que, em pleno século XXI, não temos mais como capturar subversivos comunistas por aí, mas na democracia burguesa, qualquer movimento popular, pacífico, que junte meia-dúzia de manifestantes, já é motivo de medo e repressão. E lá vai a polícia cumprir o seu velho papel de cão de guarda das classes médias.   Hoje não temos o pau de arara, o telefone na orelha, o banho de mangueira, o choque e a queima

Como as mídias controlam a opinião pública no Brasil

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Uma das características mais intrigantes da população brasileira era a total apatia frente aos sucessivos escândalos de corrupção envolvendo políticos e empresários, pelo menos até este ano de 2013. Muitas pessoas defendem que essa é uma marca inata do nosso povo, que elege a festa e o futebol como interesses maiores. Eu pretendo ir por outro caminho. Nossa opinião pública excessivamente moldada pelas mídias monopolistas sempre foi a maior responsável pelo desinteresse nacional pela política. Nosso problema maior é que no Brasil, a televisão chegou antes da educação. Em outros países, como por exemplo na França, na Inglaterra e na Suécia, no final do século XIX, houve uma pressão enorme para o investimento na educação pública para todos e para a erradicação do analfabetismo. Em meados do século XX, grande parte de suas populações já era perfeitamente politizada, alfabetizada e educada. No Brasil, por outro lado, com uma elite tacanha, egoísta e sem um projeto nacional de desenvol

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