Turismo em assentamentos israelenses: a prática de simular tiros em palestinos

Trechos do artigo publicado em Net Magazine traduzido por Almir Ferreira


alex 170612 desk-116.jpg Acampamento de verão, estilo de guerra: como um peru congelado mergulhado em óleo fervente, um grupo de turistas norte-americanos desce de uma van com ar-condicionado para o calor escaldante da Cisjordânia. Distribuindo sorrisos por toda parte, eles marcham para Caliber 3, um campo de tiro local.
"Mexam-se!", o guia israelense de repente grita. "Destruam os terroristas*", ordena, e eles atacam, com armas carregadas, em alvos de papelão.
Gush Etzion tornou-se um destino quente nos últimos meses para os turistas que procuram uma experiência em Israel como nenhuma outra: a oportunidade de uma falsa operação de atirar em "terroristas". Os moradores judeus dos assentamentos próximos que cercam o local, oferecem aos turistas a oportunidade de ouvir histórias do campo de batalha, assistir a um assassinato simulado de terroristas pelos guardas e de atirar com armas de fogo no stand de tiro.

Atiradora de cinco anos



alex 170612 desk-135.jpg Michel Brown, 40, um banqueiro de Miami, escolheu levar sua esposa e três filhos para o stand de tiro com o objetivo de "ensinar-lhes valores."
Ao entrar no stand, sua filha de cinco anos de idade (imagem ao lado), Tamara, explode em lágrimas. Meia hora depois, ela está segurando uma arma e dispara balas de barro como uma profissional.
"Isso é parte de sua educação", Michel diz enquanto orgulhosamente observa a sua filha. "Eles devem saber de onde vêm e também sentir alguma ação."

* A palavra usada para “terrorista” em hebraico é "Mechabel" (mechablim para terroristas). No discurso israelita este é um sinônimo para palestino.




Comentários

Gostou do blog e quer ajudar?

Você também poderá gostar de:

Comunistas não podem usar iPods ou roupas de marca?

Qual é o termo gentílico mais adequado para quem nasce nos Estados Unidos?

Singapura, exemplo de sucesso neoliberal?

CBF reconhece o título do Flamengo de 1987. Como se isso fosse necessário

O mito do livre mercado: os casos sul-coreano e japonês