Postagens

Mostrando postagens de 2014

Feliz 2015!

Nosso blog Panorâmica Social deseja a todos os amigos leitores que nos acompanham um ano novo de grandes lutas e realizações. Feliz 2015 para todos! — Panorâmica Social (@P_Social) 1 janeiro 2015

Não podemos subestimar o poder sedutor do capitalismo

Imagem
Uma das grandes surpresas desse fim de ano foi a reaproximação entre Estados Unidos e Cuba, com a mediação do papa Francisco. O fato causou admiração, desconfiança e esperança em medidas quase idênticas, dependendo das inclinações político-religiosas de quem analisa o fato. O embargo fracassou. Em que, especificamente? Muitos veem a reaproximação como benéfica para Cuba, que vive uma crise financeira de longa data, que a chegada de turistas cheio de dólares ajudaria a remediar; outros desconfiam das intenções norte-americanas, quando o presidente Barack Obama alega que era preciso uma nova estratégia, porque o embargo havia claramente fracassado. Mas fracassado em que objetivos? O embargo sufocou a economia cubana, deixou o país caribenho atrasado pelo menos trinta anos em termos de desenvolvimento, e causou indiretamente todas as dificuldades para a população. A única coisa que o embargo realmente fracassou, foi em derrubar o regime comunista da ilha. Isso quer dizer que a mudanç

Engenhão reabrirá a R$1. Qual a intenção?

Imagem
Depois de quase dois anos interditado por conta de uma falha no projeto que poderia causar desabamento de sua cobertura, o Estádio Olímpico João Havelange – popularmente conhecido como Engenhão – será devolvido ao cidadão carioca na abertura do seu campeonato regional, em fevereiro do ano que vem. O prefeito da cidade, Eduardo Paes, anunciou que pretende subsidiar o preço dos ingressos no estádio, para que o torcedor pague apenas 1 Real pela entrada. A alegação oficial é que no ano que vem, a cidade do Rio comemorará 450 anos de existência e uma taça em homenagem à data estará em disputa. Um grande gesto de nobreza do nosso alcaide, que pensa nos pobres e quer promover a inclusão das camadas populares nos estádios. Ou não... Dizem que eu sou meio maldoso e enxergo intriga em quase tudo (é verdade) mas eu tenho uma outra versão para esse suposto ato de caridade do prefeito Eduardo Paes. O Engenhão inaugurou não só a era das Arenas no Brasil, como também a época da elitização no fute

Enquanto Uruguai aprova Lei de Medios, governo brasileiro vira refém da imprensa

Imagem
Foi aprovada hoje, no Congresso uruguaio, a “ Lei de Médios ” daquele país, denominada Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual , depois de mais de um ano de debates e disputas políticas, onde, obviamente, as empresas de comunicação comerciais lutaram para manter intactas as diretrizes que até então garantiam seus monopólios, através de seus deputados “amigos”. A rigor, as medidas apontadas na nova lei servirão para garantir maior pluralidade e diversidade na programação uruguaia, com a quebra dos monopólios dos grandes meios de comunicação. A lei também defende que 60 por cento de toda a programação seja de produção nacional, além da limitação da publicidade e da criação de um Conselho de Comunicação Audiovisual que pretende garantir a pluralidade dos meios de comunicação. Mas e no Brasil? No nosso país, a Lei de Médios é apenas uma utopia. Setores dos governos petistas têm promovido seminários e consultas há muitos anos com a sociedade civil para aprimorar e adaptar as diretrizes

E as intenções norte-americanas com a reaproximação de Cuba?

Imagem
A aproximação entre a Casa Branca e Havana tem sim a sua importância, mas na minha avaliação, ainda muito menor do que o “ evento histórico ” que andam a denominar o reestabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba. Apesar de o embargo permanecer de pé, e não se saber se o Congresso terá vontade política de derrubá-lo * , alguns estudiosos do tema, como o renomado jornalista e escritor brasileiro Fernando Morais, disseram que a Guerra Fria acabou no exato momento em que Barack Obama e Raúl Castro faziam seus pronunciamentos, e os remanescentes dos “ Cinco Cubanos ” presos há 16 anos nos Estados Unidos, voltavam pra casa. A medida certamente também representará um incremento no turismo da ilha caribenha, que pode acrescentar uma renda equivalente a 25 por cento do PIB cubano, um valor extraordinário. Fora isso, começou a aparecer até analistas tupiniquins tentando encher a bola do governo brasileiro, alegando que a construção do Porto Mariel financiado pelo B

Publicidade de estatais, ou como o governo alimenta os inimigos

Imagem
A atuação golpista da grande mídia na campanha eleitoral contra o governo foi tão severa, que reacendeu nos círculos progressistas da sociedade a necessidade premente de pluralizar e democratizar as mídias brasileiras. Os governos petistas, nestes 14 anos de poder, jamais levantaram essa bandeira de forma contundente. E pra piorar ainda mais a situação, são os grandes responsáveis em alimentar os veículos que não tem a menor vergonha de se virar contra próprio governo que os patrocina. Gastos com publicidade dispararam no governo Dilma Segundo reportagem da Folha de São Paulo , os números da publicidade estatal em veículos de comunicação nos últimos 14 anos foram divulgados após ação movida por eles na Justiça. Certamente o jornal desconfiava que as empresas estatais estivessem gastando milhões em sites e blogs simpáticos ao governo, mas os números divulgados mostram exatamente o contrário disso. Saiba mais: A Folha descobriu que Fórum não recebe quase nada do governo federal

A falsa simetria entre Bolsonaro e Jean Wyllys

Imagem
Atualizado em 18/04/2015: Hoje em dia tem virado clichê a comparação entre os deputados Jean Wyllys e Jair Bolsonaro, como se ambos formassem uma espécie de yin-yang da política nacional. Jean Wyllys pelo espectro da esquerda, Jair Bolsonaro pelo da direita. Não para demonstrar que Jean Wyllys é qualitativamente melhor que Bolsonaro, e sim tão radical e condenável quanto ele. Mas será que um deputado representa mesmo o exato oposto do outro em se tratando de atuação política? Num desses programas de rádio corriqueiros do Brasil, o apresentador Luiz Ribeiro, da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, traz convidados para discutir assuntos da política. Não faz muito tempo, um dos temas debatidos foi mais uma das inúmeras quebras de decoro do deputado Jair Bolsonaro . E um dos participantes da discussão presentes teve o disparate de alegar que Bolsonaro “ faz bem para a democracia ”, porque no Congresso é saudável que “ tenhamos opiniões divergentes ”. E para corroborar esse argumento totalme

Classe média pode pedir golpe. Pobres não podem exigir justiça social

Imagem
A parcela reacionária da população brasileira, levada de forma ensandecida às ruas por políticos irresponsáveis e uma mídia golpista, desde o fim das eleições, para pedir intervenção militar no Brasil, foi o tema do artigo de hoje na Folha , de Vladimir Safatle. O professor lembrou a ironia desse assunto estar em voga bem na véspera da conclusão do relatório final da Comissão da Verdade, prevista para ser publicada nesta quarta-feira. Mas um outro detalhe importante trazido por Safatle diz respeito ao crime que se comete ao se pedir um golpe de Estado para eliminar as parcas conquistas democráticas que conseguimos granjear desde 1985, fato que me faz tratar do assunto mais adiante. O que pensam os chefes militares Há pouco menos de um mês, os três chefes das Forças Armadas comentaram com a jornalista Mônica Bergamo sobre o que pensavam dos ruidosos protestos pedindo Impeachmen t e Ditadura Militar, e se mostraram bastante tímidos, despreocupados e resignados com a atitude criminosa d

Bancada da bala quer revogar o Estatuto das Armas

Imagem
Em entrevista pela rádio CBN, o deputado fluminense Flávio Bolsonaro, filho do famigerado deputado federal Jair Bolsonaro, debateu com o coronel da Polícia Militar do Rio, Ubiratan Ângelo, sobre a possível revogação do Estatuto do Desarmamento de 2003 , possibilidade que está em discussão numa Comissão Especial na Câmara dos Deputados. De acordo com o site da EBC, O projeto (PL 3.722/12) propõe acabar com as restrições do estatuto ao porte particular de armas de fogo, por civis, e cria normas para a comercialização de armas e munições. A atual lei estabelece que o porte de armas, por civis, é permitido somente quando for comprovada a necessidade. Flávio Bolsonaro falou em favor da revogação, enquanto que o coronel opinou contra. E enquanto isso, a maior justificativa dos ouvintes que enviaram suas mensagens para a rádio, para que cidadãos possam andar armados, segundo o apresentador, era a defesa da família . Mais uma vez, a sagrada família brasileira tem uma solução simples, des

A Reforma Política e a disputa em torno do governo

Imagem
Em 2015, está configurado no horizonte uma realidade complexa, porém, bastante interessante no que diz respeito às disputas no campo da política nacional: de um lado, os movimentos sociais, a sociedade civil organizada, os partidos de esquerda e as alas progressistas, lutando bravamente para que o governo faça valer as demandas que prometeu abraçar durante a campanha eleitoral; do outro lado desse cabo de guerra, as forças do Congresso Nacional, do empresariado, dos banqueiros, e das alas mais conservadoras da sociedade, tentando puxar esse mesmo governo para o seu lado. E no centro dessa disputa acirrada, está a pauta da Reforma Política . Entretanto, alguns setores da esquerda, em vez de ajudar a fazer força, tratam com ceticismo a capacidade do governo de abraçar essa causa, especialmente porque a presidente reeleita, Dilma Rousseff, vem dando demonstrações de que pretende atender as demandas do lado direito deste cabo de guerra. Se formos analisar os nomes que escolheu para compo

É o povo que não sabe votar, ou são as elites?

Imagem
Desde 2002 é a mesma história: sempre que o Partido dos Trabalhadores vence uma eleição presidencial, uma enxurrada de críticas preconceituosas acusa o “ povo ” de não saber votar, que o mal do Brasil é ter eleitores que se deixam levar por “esmolas”, por políticos inescrupulosos, e etc. Neste ano, as elites e suas sempre aliadas subalternas, as classes médias do Sudeste, descontaram nos nordestinos a frustração de ver o PT vencer mais uma vez, acusando-os de ignorantes, “bovinos” e outros epítetos depreciativos. Mas será que o povo não sabe realmente votar ou são, pelo contrário, as elites, que perderam a capacidade de entender as necessidades básicas do país, por estarem tão afastadas da realidade brasileira, e que não compreendem mais as verdadeiras razões da população? Elites impressionáveis Em seu livro Microtendências – as pequenas forças por trás das grandes mudanças de amanhã , o especialista em pesquisas de opinião política e consultor de diversas empresas, Mark J. Penn, fa

A imprensa esportiva e a política na arte da manipulação

Imagem
Assistindo a alguns comentários na TV nos lances finais do último amistoso do ano entre Brasil e Áustria, eu me toquei do nítido e óbvio papel da imprensa na criação de factoides e de exacerbações que pululam entre o senso comum. Dali saem clichês que mais tarde serão replicados por todos os lugares como verdades absolutas. O que não é exclusividade da imprensa esportiva, diga-se de passagem. Muito pelo contrário. Basta pensar que o que eles fazem na imprensa esportiva, em se tratando de seleção brasileira, é feito exatamente na imprensa política, em relação ao governo. Na seleção é tudo sempre muito simples. Tudo que nos diz respeito é digno, tudo é sempre maravilhoso. E se acontece alguma coisa de errada, é sempre dos outros, ou contra nós, é óbvio. Um maniqueísmo que cega. Recentemente o ex-capitão da seleção na última Copa, Thiago Silva, que aliás vem dando demonstrações lamentáveis de ser uma criança mimada, reclamou que Dunga e Neymar lhe deram uma pernada ao lhe tirarem a b

O que é “consenso sobreposto” e por que estamos tão longe dele

Imagem
Nas nossas sociedades ocidentais, cada vez mais pluralistas e diversificadas, têm havido um tipo de conflito que vem merecendo a atenção de estudiosos, filósofos e cientistas políticos. A dificuldade de conciliar nossos interesses singulares , nossas visões pessoais de mundo, com uma sociedade onde prevaleça a ideia de valores políticos comuns acima das particularidades. Como podemos conciliar essa dualidade entre o privado e o público em nome da boa convivência e do bem de todos ? As pessoas, de modo geral, além de uma concepção de justiça baseada na equidade, apresentam valores individuais, ancorados nas visões políticas ou religiosas da comunidade em que vivem. A população de uma sociedade pluralista apresenta uma série de visões diferentes, tantos quantos forem os grupos, comunidades, minorias ativas, muitas vezes conflitantes e que representam um desafio para uma sociedade tradicional que se pretende unitária, coesa. Esse assunto foi tema de um artigo publicado pelo doutor em F

De que lado está o governo no conflito de terras

Imagem
Recentemente foram divulgados números estarrecedores da violência no Brasil, com dados que nos colocam no topo da lista internacional. Também, não era de se espantar: nosso país é um dos mais desiguais do planeta, e convenientemente nossas classes dominantes tentam esconder esse fato criminalizando a pobreza e propondo, paradoxalmente, medidas autoritárias e violentas para diminuir a violência. Mais fácil do que atacar a raiz da questão, ou seja, acabar com a desigualdade, é colocar a polícia para matar os insatisfeitos. Um desses privilégios históricos e fonte de quase todos os nossos problemas nacionais é a concentração de terras . Não por acaso, o campo é o cenário de alguns dos maiores, mais longos e mais violentos conflitos, onde coronéis e senhores de terras usam de sua influência política para mandar policiais ou jagunços armados matarem, sem cerimônia, indígenas e ativistas rurais que lutam pelo direito a terras. Ainda por cima também é fonte indireta da violência nas grandes

Vamos ver qual será a desculpa agora dos nobres congressistas

Imagem
Parece meio óbvio lembrar, mas sem a participação do povo, a democracia nada mais é do que uma peça de ficção. E é exatamente isso que vem sendo no Brasil há décadas, fruto do egoísmo elitista das classes dominantes na política nacional: uma democracia sem povo . A se conferir a última tacada da Câmara dos Deputados, menos de 48 horas depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff, essa condenável tradição de política-é-coisa-das-elites continuará firme no Brasil: os deputados rejeitaram o decreto que instituía a Política Nacional de Participação Social (Decreto 8.243/14),  de 23 de maio deste ano. Agora o decreto vai para votação no Senado. Para nossos representantes, a participação do povo na democracia se resume à obrigação cívica de apertar alguns botões na urna eletrônica de 2 em 2 anos e esperar sentado os resultados do nosso “eficiente” Congresso Nacional. O fato mais absurdo de tudo isso, como lembrou Gilberto Maringoni, é que a derrota política do PT na Câmara se deu não

O que significa “unir” o país depois da eleição?

Imagem
Depois da eleição mais apertada desde 1989, tanto o candidato derrotado, Aécio Neves, quanto a vitoriosa, Dilma Rousseff, fizeram apelos para a “ união do país ” em seus pronunciamentos após o resultado oficial. A sensação, comprovada quando olhamos o mapa com os resultados da votação por cada região, é que realmente o Brasil está dividido ao meio, numa linha imaginária que corta o país do Acre à Bahia: no Norte e Nordeste, os Estados eleitores de Dilma; no Centro-Oeste, no Sul e no Sudeste, os eleitores de Aécio – as exceções foram Minas e Rio, que estão abaixo da linha e elegeram Dilma, e Roraima acima, que elegeu Aécio. Mas o que exatamente significa “ unir ” o país? Dilma Rousseff, em seu pronunciamento pós-vitória, foi vaga. Falou em “ diálogo ”, o que dá margem para diversas interpretações. Em seu discurso na ONU, recentemente, a presidente falou em abrir “diálogo” com o grupo fundamentalista denominado Estado Islâmico, que tem provocado ondas de terror no Iraque. O diálogo, d

A última chance do PT ser o PT que esperamos

Imagem
Nunca o Partido dos Trabalhadores, desde que alcançou o governo federal, correu tanto risco de perder a eleição. Nunca ele sofreu tantos ataques daqueles setores políticos, econômicos e de classe, os quais costuma contemplar em suas políticas econômicas. É o lado que o partido escolheu para governar, desde que chegou ao poder. Governar com os setores mais reacionários e conservadores da política e da sociedade brasileira, em nome de uma controversa “governabilidade”, mantendo, ao mesmo tempo, uma política compensatória que visa minimizar os danos da economia de mercado para as faixas mais pobres da sociedade. Por outro lado, aqueles que foram criminalizados, tachados de vândalos e rejeitados nas manifestações de Junho-13, que sofreram nas mãos das polícias para o deleite dos próprios petistas, são os que agora aderem à campanha da presidente Dilma Rousseff na sua difícil busca pela reeleição. Dentre eles, Marcelo Freixo e outros parlamentares eleitos pelo PSOL para a Câmara dos Deput

Presídios privados: detentos vão se tornar oportunidade de lucro

Imagem
Os sistemas prisionais privados são uma atividade controversa que tiveram sua gênese nos Estados Unidos, país onde a busca pelo lucro é uma obsessão perseguida em todos os setores possíveis. Em seu documentário Capitalismo, uma história de amor (2009) Michael Moore relata um caso que nós já trouxemos aqui em outra oportunidade ( Internação compulsória: ruim para usuários, bom negócio para empresários e igrejas ): num município da Pensilvânia, políticos foram convencidos por um juiz a fechar o reformatório público e contratar os serviços de uma empresa privada. Os empresários envolvidos conseguiram um contrato de aluguel e prestação de serviços com a prefeitura no valor de $ 58 milhões. No entanto, para dar lucro, era preciso encher o reformatório privado com detentos, e outro juiz tratou de fornecer esses “clientes”. Ele condenava arbitrariamente milhares de jovens a internações compulsórias, acusando-os dos delitos mais absurdos, como brigar com uma amiga num shopping ou por discuti

Debates quentes e repletos de acusações são melhores

Imagem
Daqui a pouco vai começar o penúltimo debate com os candidatos a presidente da República na Record, e se tivermos como parâmetro os dois anteriores – na Band e no SBT – será mais um daqueles confrontos recheados de acusações mútuas. Mas isso não é negativo, muito pelo contrário. Recentemente, alguns blogueiros, analistas políticos e outros interessados em debates presidenciais andaram reclamando sobre o nível dos últimos embates entre os candidatos na TV. Tanto Aécio Neves quanto Dilma Rousseff dispararam a metralhadora giratória um contra o outro. Segundo esses comentaristas, os candidatos deveriam estar usando o tempo para apresentar ao eleitor suas propostas de governo. Ora bolas, mas pra isso já existe a dispendiosa propaganda eleitoral “gratuita”, onde os candidatos possuem bastante tempo para apresentar aquilo que já fizeram – no caso da Dilma – ou aquilo que pretendem fazer. Os debates políticos na TV se tornaram modorrentos com aquele monte de regras que inibem em vez de est

Mídia tira trunfo do PT, mas o partido revida com corrupção

Imagem
Uma das situações mais interessantes nesta campanha presidencial está sendo observar as estratégias de confronto nos respectivos comitês de campanha de ambos os candidatos. As pesquisas apontam um equilíbrio que há muito tempo não se via entre dois postulantes à presidência da República, e, por isso mesmo, as duas campanhas partiram para um confronto agressivo de ataques e acusações de parte a parte. O curioso deste embate é que, nas acusações, ambos se apropriaram de armas que tradicionalmente pertenciam aos rivais. Conforme já havíamos mostrado, tradicionalmente o PT vinha explorando em campanhas anteriores a má fama privatista que o PSDB angariou junto ao eleitorado, tendo como maior trunfo a Petrobras , que os tucanos tentaram, mas não conseguiram privatizar. No entanto, em razão do denuncismo eleitoreiro das mídias tradicionais neste ano, o jogo virou e a empresa estatal virou arma dos tucanos contra os petistas. Leia: Caso Petrobras: uma tacada de mestre da Globo O PT

Caso Petrobras: uma tacada de mestre da Globo

Imagem
A Petrobras é, sem sombra de dúvidas, um símbolo nacional. Criada por Getúlio Vargas nos anos 50, numa época em que muitos duvidavam da capacidade brasileira para um empreendimento de tamanho vulto, hoje a empresa é uma das mais bem-sucedidas do planeta, tornando-se um orgulho para o país. Talvez por isso mesmo, a Petrobras tenha sido uma das poucas empresas estatais que, nos aos 90, escaparam da sanha privatista do governo Fernando Henrique Cardoso – aquele que prometeu, assim que tomou posse, destruir o legado getulista . Vontade não faltou ao governo, tanto que sua estratégia era reduzir a exploração petrolífera, desmembrar a área de refino, inibir os investimentos e assumir os custos para o lucro ser facilitado para as empresas privadas, o que fatalmente “ levaria à privatização, ao desmembramento e a um enfraquecimento da Petrobras ” conforme denunciou à Folha o ex-presidente da empresa, Sérgio Gabrielli. Até uma nova logomarca com um nome internacionalizado ( Petrobrax ) foi

PT não regulou a mídia. E a mídia pode decidir a eleição

Imagem
Os petistas, depois de se darem conta do surpreendente resultado do primeiro turno destas eleições, com Aécio Neves do PSDB mais perto do que se poderia imaginar, vão ter que correr atrás do prejuízo agora, principalmente pelas redes sociais, para tentar salvar uma candidatura que parecia se encaminhar tranquilamente para a vitória. Mas a esmagadora maioria do eleitorado brasileiro ainda tem a TV como a sua maior fonte de informação, e não a internet, o que dificulta. Essa enxurrada de denúncias e acusações contra o tucano provavelmente não alcança nem 30 por cento dos eleitores do país. E as TVs, como se sabe, estão fazendo campanha descarada contra o governo, numa sanha golpista que, diferentemente de 2010, onde se tentou explorar o temas caros aos setores conservadores como o aborto, dessa vez tem o foco na " corrupção ", esse clichê batido que sempre aparece em ano eleitoral para sensibilizar maiores camadas da população. O irônico disso tudo é que, durante anos, tanto

Garantir a “lei e a ordem”, papel das Forças Armadas?

Imagem
Nesse mês de setembro, a presidente Dilma Rousseff assinou um documento que estende a permanência do Exército no Complexo da Maré até o final do ano. Faz parte de uma visão equivocada e militarista de resolver os problemas de segurança pública com uma instituição preparada para a guerra. O resultado nós vimos ontem, num confronto armado violento que parou a região e deixou moradores e passageiros em pânico. Mas essa prerrogativa de polícia das Forças Armadas, embora equivocada, é histórica no nosso país, garantida pela própria Constituição de 88, através de uma disputa política que envolveu diretamente os oficiais do Exército. Militares saem do poder mas não deixam o poder Durante as discussões preliminares sobre as cláusulas da Constituição de 88, as Forças Armadas iam perdendo seu poder de garantidoras da lei e da ordem . Talvez os constituintes estivessem querendo já adequar nossa incipiente democracia aos exemplos de modelos mais desenvolvidos do mundo, onde esse papel cabe pr

Gostou do blog e quer ajudar?