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Mostrando postagens de julho, 2013

Jogo de aparências no destino de Guaratiba

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Depois do fracasso retumbante que se tornou a “terra prometida” no Campus Fidei (por que persiste essa tendência católica em manter viva uma língua morta?) ou, em bom português, no Campo da Fé, em Guaratiba, e também por conta da enorme repercussão negativa pelas redes sociais dos gastos inúteis em estrutura num evento que não aconteceu por falta de estrutura , é claro que a Igreja e as autoridades iriam estudar uma forma de limpar a barra da organização da Jornada Mundial da Juventude. Primeiro foi o prefeito do Rio, que anunciou a desapropriação por via judicial do terreno para a construção de um conjunto habitacional “para os mais pobres”. Depois foi a Igreja Católica que, apesar de ter vindo ao Brasil “sem ouro nem prata”, como tratou logo de avisar Sua Santidade o papa Francisco, “investiu ali muitos recursos que não poderiam ser desperdiçados”, segundo Eduardo Paes. Mas não, a Igreja não está cobrando o prejuízo. O investimento vai ficar como “doação”. Nada mais justo, para q

JMJ caiu do céu para as elites brasileiras

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Ao contrário do que muita gente pensa, os verdadeiros ateus não têm uma postura radical e definitiva com relação à existência ou inexistência de deus. A grande maioria, depois de uma reflexão de anos e uma busca frustrada por evidências, concluiu que é muito improvável (e aqui o termo é usado de forma precisa) que ele exista. Mas isso não quer dizer que as buscas tenham terminado – o ateu vive a expectativa de sempre poder ter uma prova de que deus exista realmente. Aqui, vamos supor que essa tão esperada evidência decisiva tenha sido encontrada, e que todos nós tenhamos descoberto que ele esteve aqui esse tempo todo. Mas então, de que lado ele estaria? Ao admitir que ele tenha existido de fato e que, tal como creem os teístas, influenciado no curso dos acontecimentos históricos, então o nosso suposto deus parece que tem uma atitude “política” das mais questionáveis… Vamos ver alguns rápidos exemplos ao longo de sua “existência”, do que ele teria sido capaz para manter a “ordem” e

Secretários fora da reunião com Sérgio Cabral; comandantes das polícias, dentro.

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  Vejam como o governo do Estado do Rio tenta resistir à realidade das ruas, cavando a sua própria tumba política. Para avaliar o momento grave de descontentamentos e revoltas, serviços públicos de qualidade abaixo do suportável, suspeitas graves de irregularidades no relacionamento com amigos poderosos e favorecimento de empreiteiras e empresários em licitações, o governador convoca uma reunião de fachada emergência para esta manhã. Esperava-se que Sérgio Cabral, de bom grado, tivesse ouvido os clamores populares e finalmente decidido reconhecer: é preciso uma medida corajosa e determinada para solucionar o descaso do governo em áreas tão vitais para o Rio a curto e médio prazos. Mas os secretários Sérgio Côrtes, da Saúde, Wilson Risolia, da Educação e Júlio Lopes, dos Transportes, não participaram. Não senhor, esses continuam calados e sumidos. Na mesa de reuniões, estavam, além de Cabral e de Beltrame, secretário de Segurança Pública, a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha; o com

Desvendando o segredo da desigualdade social brasileira

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Uma das qualidades mais decisivas do livro do professor Jessé Souza, A Ralé Brasileira – Quem é e como vive, o qual estamos resenhando nas últimas postagens, sem dúvida é o esclarecimento de como a hegemonia do economicismo serve ao encobrimento dos conflitos sociais mais profundos e fundamentais da sociedade brasileira, como toda visão superficial e conservadora do mundo. Nessa postagem vamos discutir os mecanismos ocultos e a reprodução das desigualdades sociais analisadas pelo autor, que permitem a perpetuação de um dos mais graves problemas brasileiros, que é justamente esse abismo colossal entre ricos e pobres. Na crença fundamental da visão economicista de mundo, segundo o autor Jessé Souza, O marginalizado social é percebido como se fosse alguém com as mesmas capacidades e disposições de comportamento do indivíduo da classe média. Por conta disso, o miserável e sua miséria são sempre percebidos como contingentes e fortuitos, um mero acaso do destino, sendo sua situação de a

O economicismo e suas consequências para a desigualdade social

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Que o Brasil viva sob uma colossal, desumana e degradante desigualdade social, não é novidade para ninguém. O fato mais intrigante disso, porém, é que possamos conviver com esse aspecto lastimável da sociedade brasileira sem nos importar muito, como se fosse a coisa mais natural do mundo . Para expor as engrenagens ideológicas que legitimam e permitem esse tipo de comportamento conformista, bem como as consequências diretas para milhões de desclassificados da pobreza, o professor e sociólogo Jessé Souza escreveu o excelente livro A Ralé Brasileira – Quem é e como vive. Conforme o prometido, a começar de agora, pretendo vir trazendo os assuntos mais importantes e esclarecedores tratados pelo professor no livro para entendermos de uma vez por todas o que está por trás da nossa sociedade dividida entre aqueles poucos que tudo tem , aqueles muitos que não têm nada e aqueles que têm um pouco e por isso acham tudo isso muito normal. Legitimando a desigualdade Os jornais, a TV, as míd

Como se perpetuam os mitos da sociedade brasileira

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Quantas vezes na vida, ao olharmos o quadro social em que vivemos, nos sentimos como o Neo (personagem principal da famosa trilogia Matrix do cinema norte-americano) que sabe que há algo de errado com o mundo, mas que não é capaz de identificar sozinho exatamente o quê? Infelizmente não podemos contar com um Morpheus , que surge na trama para mostrar ao protagonista da série o que está por trás da realidade. Mas, ao menos, podemos ter excelentes explicações para os problemas sociais brasileiros, a perpetuação das desigualdades econômicas e as falsas teorias sociais que iludem e legitimam a perpetuação desse quadro, ao lermos o excelente livro do doutor em Sociologia e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Jessé Souza: A Ralé Brasileira – Quem é e como vive. O termo “Ralé” identifica aquela parcela da sociedade brasileira que é sempre alijada de qualquer benefício, que está sempre apartada das conquistas materiais em comparação com aquela parcela ínfima de abastad

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