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Mostrando postagens de abril, 2017

Como os homens manipulam a “vontade de Deus” de acordo com suas necessidades: a questão do lucro

C onstantino, o Grande, (imagem) é frequentemente lembrado como aquele que manipulou politicamente a seu favor a “vontade de Deus” no I Concílio de Niceia , em meados do séc. IV, declarando Cristo como divino. Mas no séc. XVI, na Reforma Protestante , outra polêmica que se tornava religiosamente cada vez mais difícil de contornar exigiu que os homens debatessem e decidissem mais uma vez qual era a opinião de deus: a questão do lucro . A Igreja Católica, sempre firme nas suas tradições, demorou a compreender a transição por que passava o mundo naqueles anos do Renascimento. O mundo medieval no qual ela reinava absoluta estava chegando ao fim. Como afirma Leo Huberman [1] : Quando ocorreu a revolução dos modos de produção e troca, que denominamos de modificação do feudalismo para o capitalismo, o que aconteceu à velha ciência, ao velho direito, à velha educação, ao velho governo, à velha religião? Também se modificaram. Neste mundo novo que surgia, comandado pelos comerciantes

Deputados contra a Reforma da Previdência: consciência política ou barganha pelas emendas parlamentares?

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D e repente, Michel Temer , o Pequeno , ou o Ilegítimo , começa a ter dificuldades entre a sua base aliada para a aprovação da impopular PEC 287/2016, a Reforma da Previdência . Muitos dos deputados que ajudaram o Ilegítimo a chegar ao poder através do Golpe Parlamentar , agora se colocam críticos da Reforma que, entre outros projetos infames, prevê a Terceirização de atividades-fim . Se a votação fosse hoje, com um total de 513 deputados na Câmara, 275 seriam contra , de acordo com o placar periodicamente atualizado da Folha . Isso significa que nem as propostas mais brandas seriam aprovadas. Teriam os deputados tomado tendência repentina, sentido o peso na consciência durante o sono, se preocupado com a situação do seu eleitorado? Quem dera que pudéssemos dar uma resposta dessas. Na verdade, é muito provável que tudo se resuma a uma estratégia de barganha política que faz parte de um sistema viciado e que favorece as negociatas em vez do bem estar geral. Entenda o que represent

Chantagem neoliberal: governo Temer quer fazer com os Estados o que o FMI faz com os governos

Q uem ficou ou tem ou teve parentes internados em hospitais públicos sabe que essas instituições estão bastante infiltradas de religiosos , especialmente evangélicos . Espertamente, eles descobriram que podem angariar mais fiéis apelando para o momento de maior instabilidade emocional de uma pessoa, o momento em que ela está na dúvida entre a vida e a morte. A assistência oferecida tem como contrapartida o sentimento de dívida para com deus. Afinal, para os mais suscetíveis, a graça da cura fora conquistada com a mãozinha dos seus representantes na Terra. A partir dos anos 80 o FMI passou a adotar esse tipo de chantagem, não emocional, mas financeira . No momento de maior aperto econômico das nações, os empréstimos passaram a ser condicionados a aplicações do receituário neoliberal na economia: queda de barreiras tarifárias a produtos importados, privatizações de empresas estatais, arrocho salarial de funcionários públicos, entre outras medidas. Michel Temer mostra a que veio Ma

Pobre Brasil. Fadado a ser eternamente um bobo gigante

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O peso da herança colonial na América Latina é um fardo que até hoje os países desta região ainda carregam, por conta das estruturas específicas que estão na origem de suas formações. Mas, no Brasil, esse legado é ainda mais paralisante, por conta das especificidades de nossa história. Aqui, ao contrário dos nossos vizinhos, não houve grandes rupturas, frutos de embates entre o colonizador e os já identificados com os interesses da colônia. Nossa transição para a Independência, apesar de não ter sido tão pacífica quanto dizem os livros de história, foi feito com arranjos dos altos escalões. Manteve-se a monarquia e, com o passar do tempo, um projeto de país foi perdendo espaço porque nossas elites aprenderam a tirar proveito pessoal do imperialista mundial da vez. Primeiro, Portugal e seus laços de dependência ainda recentes; depois a abertura de portos para “nações amigas” — leia-se, vender matérias-primas para a já industrial Inglaterra — e, depois de flertar com as etiquetas de c

E se o Brasil fosse uma família tradicional? Veja como seria

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D igamos que de repente você, um adolescente visionário que mora com pais conservadores, teimoso mas com boas razões para suspeitar, resolva que no quintal da sua família existe uma mina de ouro . Você, determinado que só, comprou aparelhos sofisticados de inspeção de solo, aprimorou você mesmo a tecnologia deles com o seu conhecimento, aprendeu as melhores técnicas de exploração e… voilà , de repente se depara com o inimaginável: uma das maiores minas de ouro jamais encontradas na região. Você pensa: “estamos ricos, muito ricos, poderei repor tudo o que eu investi em tecnologia pioneira para esta descoberta, ainda sobrará muito para reformar a nossa casa e dispor de recursos para vários de nossos futuros descendentes!”. Bom, infelizmente seu pai, chefe da família de acordo com os preceitos da família tradicional, os quais ele segue religiosamente, pensa diferente. Paradoxalmente, ele diz que vocês não têm dinheiro suficiente para investir na exploração e retirada de todo o ouro (!

PT e PSDB abrem diálogo inédito. Com que intenções?

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N o próximo dia 18 de abril, por iniciativa de Márcio Pochmann , haverá um encontro entre representantes de dois dos principais partidos políticos do país. Pochmann é representante da Fundação Perseu Abramo , ligada ao Partido dos Trabalhadores, e o encontro também contará com membros da Fundação Fernando Henrique Cardoso (FFHC) e Instituto Teotônio Vilela , ligados ao PSDB. A princípio, o encontro tem por finalidade discutir os resultados de uma pesquisa qualitativa feita pela fundação entre ex-eleitores da sigla na periferia de São Paulo. Mas é muito provável que essa discussão seja pretexto para que o encontro resvale para assuntos da política nacional. Como podemos entender essa aproximação de partidos “antagônicos”? De um ponto de vista republicano, eu acredito que esse diálogo faça parte de uma iniciativa madura de duas entidades que representam as duas principais correntes políticas do país. Nos dias de hoje, não só de crise econômica, mas muito mais de risco de colapso das

Fica Temer ou Fora Temer?

http://almirfda.tumblr.com/post/159177280536/paradoxo-petista

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