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Mostrando postagens de junho, 2013

Um novo tempo de democracia via internet

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A democracia nasceu e se desenvolveu por volta do século V AEC, em Atenas; foi transportada para a Roma Antiga; teve seu momento de baixa na longa Idade Média, e renasceu com a burguesia europeia, especialmente a partir do século XVIII. Nessa última fase, teve suas premissas aperfeiçoadas e suas instituições definidas de modo que, bem ou mal, pudéssemos estar ainda vivendo sob sua tutela até hoje nos países do Ocidente. Mas o que todas essas democracias, em distintas fases e peculiaridades tiveram em comum, paradoxalmente, foi a completa ausência de povo no poder – contemplado apenas na letra morta das cartas constitucionais como uma figura abstrata que supostamente seria ao mesmo tempo o executor e alvo, em nome do qual se governa. E a coisa seria ainda pior, se não fossem as lutas organizadas dos trabalhadores nos últimos 150 anos, que arrancaram das classes dominantes conquistas importantes como o voto feminino, a possibilidade de se eleger independentemente da renda, direito de for

Minhas impressões sobre os protestos no Brasil

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  O que não faltam nas redes sociais e na internet, de um modo geral, são relatos, opiniões, artigos, resenhas, críticas, apoios e todo tipo de posição sobre os últimos acontecimentos que vêm tomando conta do país inteiro. Eu também não poderia deixar de relatar as minhas impressões sobre tudo o que vem acontecendo nas manifestações que começaram com protestos contra o aumento das passagens de ônibus em todo Brasil. Primeiro, como uma pessoa interessada diretamente no que acontece na política nacional, e, segundo, porque é mais um elemento adicionado para contribuir para a reflexão daqueles que pretendem entender melhor a conjuntura atual do nosso país. São breves relatos resumidos sobre diferentes tópicos, para facilitar melhor a leitura daqueles interessados nesse assunto. * * * Ninguém pode dizer ao certo como os protestos chegaram a tamanha proporção. Cientistas sociais e o próprio governo se esforçam para entender a direção e a força do movimento, que começou por um

Democracia e a Doutrina da Segurança Nacional

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Durante o período da Guerra Fria, a democracia se tornava um empecilho grande demais para o controle mais firme dos cidadãos nos Estados Unidos. Sem poder abdicar do lucrativo e publicitário título de “baluarte da democracia e da liberdade mundial”, a solução para cercear a privacidade e os direitos individuais da população estadunidense foi a criação da Doutrina de Segurança Nacional. De inspiração positivista-funcionalista, essa doutrina tem como base a conservação da sociedade como um organismo, onde cada indivíduo contribui para o harmônico funcionamento da coletividade como um todo. Assim, os elementos ditos “indesejáveis” seriam vistos como uma “doença” social e deveriam ser combatidos e eliminados. Essa doutrina foi exportada para o Brasil nos anos 50 através das inúmeras alianças entre o Brasil e os Estados Unidos contra um suposto perigo comunista, e coube como uma luva para justificar o Golpe Civil-Militar no Brasil em 1964, já que a Doutrina da Segurança Nacional é um ataqu

Manifestações, repressão e polícia no Brasil

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Nunca o brasileiro fez tão seu o direito de se manifestar como nos últimos tempos. Já tivemos grandes mobilizações políticas no passado, como as Diretas Já e os Caras Pintadas que foram às ruas pelo impeachment do ex-presidente Collor – para ficarmos só nos casos mais recentes –, mas de uns anos pra cá, as manifestações ficaram bem mais frequentes, embora com características bem diferentes: hoje há manifestações e marchas para todos os lados, como a Marcha do Orgulho Gay, as Marchas para Jesus, pelos direitos das mulheres, dos negros ou para a legalização da maconha, entre outras. Mas essa diversificação de manifestações causou a fragmentação das demandas, e por isso, perdeu-se bastante da força também, como era de se esperar. Hoje em dia ainda acontecem também manifestações populares com temática política e social no Brasil. São as que contam, geralmente, com o menor número de participantes – certamente devido justamente a essa fragmentação dos protestos em temáticas restritas –, mas

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