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Mostrando postagens de abril, 2015

O paradoxo dos carros

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Primeiro, o sistema capitalista e sua poderosa máquina de propaganda ideológica/consumista te induz, todos os dias, a ostentar algum símbolo de distinção social. Então você vai e compra um carro, um dos mais emblemáticos destes signos de status (na cabeça do brasileiro médio). O problema é que muitas outras pessoas também pensaram a mesma coisa que você, e então a cada dia os veículos entopem tanto a cidade, que a velocidade média de deslocamento nas grandes cidades, em pleno século XXI, é menor do que as passadas de uma galinha – estamos mais lentos hoje do que antes da invenção do automóvel, um tremendo paradoxo. Mas não é o único quando o assunto é carro. Segundo, o mesmo sistema que te diz que ter um carro é bom, reboca seu veículo se você não tiver onde guardá-lo. Mas onde você o guardaria, se cada vez mais os espaços urbanos estão sendo tomados por construções e – claro – mais e mais veículos? Outro paradoxo. Esse é o dilema que anda ocorrendo em regiões do Rio de Janeiro, esp

Sete em cada dez brasileiros não leram um livro sequer ano passado

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Uma das notícias mais desalentadoras desses últimos dias foi a divulgação de uma pesquisa da Federação do Comércio do Rio de Janeiro sobre o número de leitores de livros no Brasil no ano passado : apenas 3 em cada 10 leram pelo menos um livro. Ou seja: 70 por cento dos brasileiros não leram um livro sequer no ano de 2014 . Isso é simplesmente estarrecedor. Aparentemente pode-se concluir que se trata de uma questão secundária: “ e daí que caiu o número de leitores? Temos o aumento do acesso à internet e isso compensa ”. Não, não compensa. Não é a mesma coisa. Assim como a TV nunca compensou. Um livro exige e privilegia a concentração, a dedicação de muitos minutos seguidos em um mesmo tema, e fornece assim um conhecimento profundo sobre determinado assunto. Já a internet, apesar de ter colocado à nossa disposição milhões de possibilidades de acesso à informação, transformou nossa capacidade de concentração em uma ervilha. Hoje os jovens não conseguem se concentrar em nenhuma tarefa p

1964 e 2015: por que eles têm medo que o brasil vire uma “nova cuba”

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Jair Bolsonaro celebra o Golpe um dia antes com fogos e faixa em Brasília Há exatos 51 anos, a luta de classes e os conflitos sociais atingiam o ápice no Brasil. Na madrugada do dia 1º de abril de 1964, o general Olympio Mourão Filho conduzia as tropas do Exército, sediadas em Juiz de Fora, para depor o presidente João Goulart. A justificativa para um atentado tão grave contra a democracia foi salvar a pátria – e, em um nível mais elevado, até a “ civilização judaico-cristã ocidental ” – do “ perigo comunista ”. Mas por trás dessas supostas medidas heroicas, existem razões muito mais pragmáticas. O Golpe preventivo Desde 1961, com a renúncia de Jânio Quadros da presidência da República, os trabalhadores vinham se organizando nas cidades e nos campos em busca de direitos. Para as elites nacionais, herdeiras da ordem conservadora em que seus privilégios são considerados intocáveis há séculos, qualquer movimento que ameace essa condição deve ser combatida em todas as frentes. Foi ass

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