Rio de Janeiro e Bonn: duas ex-capitais, dois destinos diferentes

Rio e Bonn, duas cidades, duas realidades

A Cidade Maravilhosa, como é carinhosamente conhecida, tem uma história interessante e complexa. Hoje a cidade completa 459 anos, e a sensação de muitos cariocas é que a cidade cresceu e melhorou em muitos aspectos, mas, no entanto, oferece grandes desafios para o bem-estar de seus cidadãos.

Fundação e História

Em 1º de março de 1565, o capitão português Estácio de Sá lançou os fundamentos da cidade que fora incumbido de criar na Baía de Guanabara - o Rio de Janeiro. O nome São Sebastião foi uma homenagem ao então rei de Portugal, D. Sebastião I. A missão de fundar a cidade estava relacionada à luta entre portugueses e franceses pelo domínio daquela região ¹²³.

O Rio de Janeiro foi capital do Império e, posteriormente, da República até 1960, quando Brasília assumiu esse papel. A mudança da capital trouxe consigo uma série de desafios e impactos para o Rio.

Problemas Socioeconômicos Pós-Capital

A fusão do Rio de Janeiro com a Guanabara, ocorrida em 1975 por conta da mudança da capital para Brasília, trouxe consigo uma série de problemas e desafios para a cidade. O Rio de Janeiro nunca mais conseguiu repetir o status que desfrutava no seu período de capital, por uma série de fatores. Dentre eles:

1. Declínio Econômico: A perda do status de capital levou consigo o dinheiro ligado à presença da burocracia, gerando um empobrecimento da cidade. A economia sofreu com a saída de órgãos públicos e investimentos.

2. Desigualdade Social: A concentração de renda e a desigualdade social se agravaram. Bairros nobres convivem lado a lado com favelas, criando um cenário de contrastes.

3. Violência e Segurança: O Rio enfrenta altos índices de violência, com assassinatos diários e conflitos armados em áreas de favelas. A letalidade violenta aumentou, afetando a qualidade de vida dos cariocas ⁴.

onn, uma cidade que já foi capital da República Federal Alemã entre 1949 e 1990, tem uma história peculiar. Após a unificação alemã e mudança da capital para Berlim, Bonn passou por transformações significativas, e o governo alemão investiu em várias áreas para garantir que a cidade continuasse relevante e prosperasse. Aqui estão alguns dos investimentos notáveis: Infraestrutura e Empresas: Embaixadas e Sede de Empresas: Bonn manteve embaixadas e sedes de grandes empresas, como a Deutsche Welle, a Deutsche Telekom e a Deutsche Post (mais conhecida como DHL). Essas instituições contribuíram para a economia local e atraíram investimentos. Centro da Sustentabilidade: Bonn se tornou um centro de competência para a política internacional e estratégias globais de sustentabilidade. A cidade sediou a COP23, a maior conferência mundial sobre mudanças climáticas, em 2017. Isso reforçou sua posição como um local importante para discussões globais. Baixas Taxas de Juros e Financiamento Imobiliário: As baixas taxas de juros na Alemanha permitiram que muitos cidadãos realizassem o sonho da casa própria em Bonn. O governo incentivou o financiamento imobiliário, tornando o acesso à moradia mais acessível. Educação e Pesquisa: Bonn é um centro acadêmico com várias universidades e instituições de pesquisa. O investimento contínuo em educação e inovação contribuiu para o desenvolvimento da cidade. Qualidade de Vida e Cultura: Bonn preservou sua rica herança cultural, com museus, galerias de arte e eventos culturais. O governo investiu em espaços verdes, infraestrutura urbana e qualidade de vida para os cidadãos. Em comparação com o Rio de Janeiro, que enfrentou desafios socioeconômicos após deixar de ser capital do Brasil, Bonn conseguiu se reinventar e prosperar. A visão de futuro dos alemães em preservar sua ex-capital de forma estratégica contribuiu para o sucesso dessa transformação. Esperamos que o Rio de Janeiro possa ter um olhar diferenciado do governo federal e investimentos condizentes com a cidade que é o retrato do Brasil no exterior, e que está cansada de conviver com tantos problemas crônicos. O futuro do Rio de janeiro Apesar dos desafios, o Rio de Janeiro é uma cidade resiliente. Seu povo, sua cultura e sua beleza natural são fontes de esperança. Nesses 459 anos de existência, ainda há muito o que melhorar, como investir em educação, segurança e oportunidades para enfrentar de vez a falta de oportunidades que afeta milhões de cariocas periféricos. Esse ano o cidadão carioca terá a oportunidade de tirar de vez esses neopentecostais e milicianos que dominaram a política fluminense do poder. Está em nossas mãos.