Como os homens manipulam a “vontade de Deus” de acordo com suas necessidades: a questão do lucro
C onstantino, o Grande, (imagem) é frequentemente lembrado como aquele que manipulou politicamente a seu favor a “vontade de Deus” no I Concílio de Niceia , em meados do séc. IV, declarando Cristo como divino. Mas no séc. XVI, na Reforma Protestante , outra polêmica que se tornava religiosamente cada vez mais difícil de contornar exigiu que os homens debatessem e decidissem mais uma vez qual era a opinião de deus: a questão do lucro . A Igreja Católica, sempre firme nas suas tradições, demorou a compreender a transição por que passava o mundo naqueles anos do Renascimento. O mundo medieval no qual ela reinava absoluta estava chegando ao fim. Como afirma Leo Huberman [1] : Quando ocorreu a revolução dos modos de produção e troca, que denominamos de modificação do feudalismo para o capitalismo, o que aconteceu à velha ciência, ao velho direito, à velha educação, ao velho governo, à velha religião? Também se modificaram. Neste mundo novo que surgia, comandado pelos comerciantes ...