Os protestos de junho de 2013 e os de 2019. Lições que devem ser aprendidas

Em 2013, o movimento do Passe Livre acabou perdendo as rédeas dos protestos por conta da aposta na horizontalidade da direção. Esse erro não pode ser repetido E u sou a prova viva de que, para se compreender um fenômeno social, é preciso haver um distanciamento do objeto de análise, para que se possa enxergar detalhes que não eram acessíveis, ou perceptíveis, no calor dos acontecimentos. No caso da história, o distanciamento é temporal. Em 2013 eu participei, no Rio de Janeiro, das chamadas Jornadas de Junho , aquela série de protestos que colocaram milhões de pessoas nas ruas do país, e que, até hoje, os analistas se desdobram para entender. Na época eu pensava estar participando de um protesto popular contra o aumento das passagens de ônibus na cidade que houvera mudado espontaneamente para um protesto mais amplo, nacional. Mas eu estava redondamente enganado. Apesar do relativamente curto espaço de tempo que se passou desde então, já é possível fazer, como fizera muito be...