Conflitos de classes nos hospitais públicos brasileiros

N unca a imagem dos médicos esteve tão arranhada no Brasil. Nem tanto pela recente oposição desses profissionais à vinda de colegas estrangeiros ao país, para cobrir o enorme déficit de médicos pelo interior – onde se recusam a trabalhar, sob as mais variadas desculpas –, mas pelos inúmeros casos de frieza, descaso, faltas, fraudes em plantões, negligência e indiferença que vieram à tona por todos os lados – e que fizeram até o Ministério da Saúde dizer recentemente que era preciso “ humanizar ” os profissionais no trato com seus pacientes. No seu livro já bastante citado por aqui, A Ralé Brasileira – Quem é e como vive , o professor Jessé Souza abre espaço na segunda parte da obra aos autores colaboradores, como Lara Luna , doutoranda em Sociologia Política pela UENF, que traz casos reais daquilo que Jessé trata teoricamente na primeira parte do livro: as diferenças e preconceitos de classes que se refletem dentro das diversas instituições – aqui, no caso, nos hospitais público...