Por que precisamos de uma Lei da Palmada

violencia-contra-crianca É bastante sintomático o fato da maioria dos parlamentares que se opõem à chamada Lei da Palmada fazerem parte das alas mais conservadoras do Congresso. Jair Bolsonaro e a bancada religiosa são representantes de uma tradição arcaica no Brasil e veem com grandes reservas a lei que proíbe os pais de baterem nos filhos. Mas isso não pode ser mais tolerado em nossa sociedade


violencia-domestica É fato que, no Brasil, o peso da tradição cultural de certas práticas faz com que demoremos a nos adaptar a novos tempos. É por isso que ainda temos tanto preconceito, tanto machismo entre nós, tanta violência contra a criança e contra a mulher. É por isso também que certos comportamentos, que em outros países seriam naturalmente descartados em favor de outros mais condizentes com nova realidade, aqui precisam de leis para serem postos em prática. Será que alguém precisa de lei para saber que usar cinto de segurança salva vidas? Será que precisamos de multa para saber que não podemos beber e dirigir? Será que precisamos de punição para entender que racismo é deplorável? Infelizmente, para todos estes casos, a resposta é sim se você for brasileiro. E a Lei da Palmada está neste contexto.

Aqui neste país, é preciso uma lei para que as pessoas entendam que bater numa criança, no próprio filho — o que é ainda mais absurdo — é uma tremenda covardia. Muitas foram as vezes em que eu presenciei cenas de violência e espancamento contra crianças nas ruas, o que me faz ter a certeza de que grande parte das pessoas não está preparada psicologicamente para o ato de ser pai ou mãe. E isso não é característica das classes menos favorecidas.

Hoje (9/3) os telejornais mostraram um pai da classe média preso em flagrante por espancar o próprio filho, porque este não queria ir para a escola. E quem não se lembra daquela procuradora acusada de bater frequentemente na filha adotiva de dois anos de idade? Tenha certeza que casos como estes acontecem aos montes todos os dias, em todo o país, em todas as faixas de renda e de educação. Não dá pra tolerar.

É por isso que eu apoio a chamada Lei da Palmada, que mais corretamente seria chamada de Lei contra o Espancamento. Talvez as pessoas a apoiassem mais, se não estivessem com a ideia equivocada espalhada por alguns setores da sociedade, de que “umas palmadas não fazem mal, pois eu fui criado(a) assim e não tive nenhum problema”. Curioso como a pessoa que diz isso geralmente reproduz violência contra o próprio filho...
Existem muitas formas de se criar os filhos. Saiba que a grande maioria delas, não tem nos castigos corporais a sua base.




Comentários

  1. Aqui no Brasil, após tanto anos de informação as crianças continuam a ser violentadas - física, emocional e sexualmente, além de negligenciadas, o que também é uma forma de violência. É lógico que precisamos defender nossas crianças de pais biológicos ou mesmo adotivos que "espancam" ... Geralmente, quem usa esse argumento "eu bato para educar", também apanhou, o que mostra a primeira e mais clara consequência da violência contra a criança: a naturalização e perpetuação das práticas. A vítima do passado tornou-se o agressor do presente, produzindo, possivelmente, mais agressores para o futuro. Termino dizendo o seguinte, uma criança mimada, não é mimada porque não apanhou, e sim porque não foi educada da maneira correta, e qual é a correta? Acredito não existir a mesma, e sim uma maneira melhor do que as outras... Devemos é respeitar a criança e ama-la, no mas é isso, Paz de Deus e amor para todos e segurança para todas as crianças.

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