Não se pode parar o trem da história por muito tempo
Ser historiador não é muito gratificante no Brasil. Aqueles que não têm a história como um simples hobby e se arriscam na profissão, seja por utopia, seja por amor, acabam tendo como única saída a sala de aula — com os salários aviltantes e condições de trabalho frustrantes que todos conhecemos. Mas, ao menos, em termos pessoais, lidar com essa apaixonante disciplina nos faz ter uma perspectiva da realidade muito mais profunda do que a média geral da população – que, por sinal, é cada vez menos estimulada a dominar a sua própria história, e muito menos entender como ela funciona e pra que serve. Quem lida com os fatos do passado pode chegar até a fazer projeções para os anos vindouros — não por acaso cada vez mais historiadores andam sendo chamados para explicar conflitos pelo mundo, como a crise da Venezuela ou o golpe na Ucrânia, usando o passado para tentar predizer para onde vai o futuro, com grande chance de acerto. O que me traz a uma questão brasileira do presente. Nossa to...