Brasil não tem perfil adequado para Conselho de Segurança da ONU
O Brasil, há algum tempo, pleiteia uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. Tem trabalhado nos bastidores, buscando apoio entre aliados para uma reforma no órgão e já conseguiu algumas simpatias, como o do presidente francês Nicolas Sarkozy, e agora, ao que parece, do presidente americano, Barak Obama. Hoje, o país é membro temporário no rodízio que é feito entre os que não são permanentes. Recentemente, o Conselho se reuniu para votar a resolução 1.973, uma resposta militar contra os desmandos e massacres do ditador da Líbia, Muamar Kadafi. O representante brasileiro se absteve de votar. Por 10 votos contra 5, decidiu-se pela intervenção militar no país árabe.
Si vis pacem, para bellum
“Se queres a Paz, prepara-te para a Guerra”
Publius Flavius Vegetius Renatus
Para um país que deseja tomar parte das decisões com relação à segurança do planeta, querendo ser aceito como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU (CS), uma abstenção dessas soa bastante estranha. Ainda mais porque, desde o começo dos ataques da coalizão contra a Líbia, o Brasil sistematicamente vem condenando a ação militar aprovada pelo CS. Se é contra, por que não deixou clara a sua posição na votação, dizendo “o Brasil vota Não, pois não concordamos com a intervenção militar”? Outro caso curioso de abstenção é o da China. Como membro permanente do Conselho, poderia vetar a intervenção, mas preferiu votar não votando.
A presidente Dilma alegou que “somos um país pacífico, que vive em paz com seus vizinhos há mais de cem anos”. Com esta mentalidade e discursos vazios como “somos a favor do diálogo”, eu não acredito que o país deva merecer fazer parte de Conselho de Segurança nenhum. Eu defendo que existem ocasiões em que a guerra se justifica. As flechas lançadas pelos índios contra os canhões do conquistador espanhol se justificam, bem como a resistência armada que enfrentou a ditadura civil-militar brasileira, por exemplo. Da mesma forma, eu não acho possível alguém ver o povo da Líbia, que luta para derrubar um ditador há mais de 40 anos no poder, ser atacado covardemente pelas forças militares de um tirano e achar que uma ajuda militar não se justifica, pois “não devemos fazer nada, somos da paz e do amor”.
Muamar Kadafi, ditador da Líbia
É lógico que eu gostaria também que o Conselho de Segurança tomasse a mesma medida contra Israel, por exemplo, que trata o povo palestino de forma criminosa, desumana, e infringe seguidamente resoluções da ONU. Não fosse pelos vetos americanos, quem sabe… Mas já é alguma coisa.
Se estes países que formam a coalizão - EUA, França, Reino Unido, Itália, Canadá, Qatar, Noruega, Bélgica, Dinamarca e Espanha – têm outros interesses envolvidos, eu não sei, mas isso é outra história. A questão agora é que o povo da Líbia pede ajuda para garantir a sua segurança e tirar do poder um ditador sanguinário que não hesita em usar a força contra seu próprio povo para se manter um pouco mais no poder.
Fontes
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,coalizao-internacional-ataca-redutos-de-kadafi,695197,0.htm
http://super.abril.com.br/tecnologia/conselho-seguranca-onu-446468.shtml
http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2011/03/governo-brasileiro-pede-cessar-fogo-no-mais-breve-prazo-na-libia.html
Concordo com seu ponto de vista, tanto na relação do Brasil com o CS, quanto na interferência militar na Líbia e em Israel. Para mim o maior vacilo do conselho de segurança é votar de acordo com a aliança ou não do réu. Mas isso é algo que só seria consertado se os votantes fossem privados de qualquer vício humano e agissem exclusivamente com o razão.
ResponderExcluirAbraço
Concordo totalmente, e saliento a questão da abstenção, que de fato, é incompreensível. Incompreensível??? rsrsrs
ResponderExcluirEsses são os meandros da política internacional, uma novela em que se acompanha capitulo por capitulo, mas muito coisa importante está no "make in off" para ninguém ver!
Que bom que está tudo bem contigo Almir. Brigadão pela presença no meu blog!
Grande beijo e te cuida por aí.
Ah! Que bom que não achou que falei besteira, enfim, não tenho o conhecimento aprimorado de creacionismo x evolucionismo.
Olá, Almir!
ResponderExcluirPois, o Brasil não poderia abster-se de tão importante voto. Ficar em cima do muro? E logo contra um ditador como esse? Sabe, o Brasil tem medo de quê? Onde está a liderança para fazer jus a uma cadeira na ONU de forma permanente? De que adianta ser uma país 'pacífico' que tem uma corrupção nojenta e deixa a população à merce da criminalidade? E ainda mais com essa atitude... Sinceramente, não vai fazer parte tão cedo!!!
T.S. Frank
www.cafequenteesherlock.blogspot.com
P.S: obrigada pela força!
A Dilma utilizou a palavra pacifico? Acho que ela deveria ter utilizado a palavra omisso.
ResponderExcluirParabéns pelo blog, to seguindo, segue o meu de volta. Agradeço.
http://comentariosobrelivros.blogspot.com/