Poluição visual das cidades não incomoda só em época de eleição

poluição-visualRealmente elas são chatas, inconvenientes e invasivas. As propagandas políticas incomodam bastante os cidadãos em épocas de eleição. Estão em todos os lugares, seja nas ruas, causando poluição visual, material e sonora, seja na TV, entrando em nossos lares sem serem chamadas. Mas elas passam. Só voltam depois de dois anos, na eleição seguinte.

Mas por que as pessoas não têm a mesma reação negativa com relação à publicidade comercial, que polui a cidade do mesmo jeito, com banners espalhados pelos prédios, outdoors instalados em cada rua, e com as propagandas da TV que nos empurram goela abaixo produtos que não queremos? Aí está uma coisa curiosa.
Será que nos acostumamos com esse abuso e pensamos que ele é normal e que deve ser assim mesmo?
Recentemente uma ex-deputada federal relatou em seu blog a primeira impressão que teve assim que desceu em Havana, numa viagem de férias: olhou em volta da cidade não viu sequer uma publicidade de grandes empresas poluindo o visual! Muito diferente da sensação de quem desce no aeroporto Santos Dumont e pega um taxi até a zona sul do Rio de Janeiro. O visitante é bombardeado por imensos painéis de publicidade, que transformam os prédios em totens gigantes de propaganda.

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Em maio desse ano o atual prefeito do Rio colocou em prática um projeto copiado de São Paulo, chamado Rio Mais Limpo, que visava restringir tais propagandas, mas neste mês de setembro, a Justiça cassou o decreto da prefeitura e as empresas colocaram de volta suas propagandas pela cidade.
Então eu volto à questão: a população das grandes cidades reclama da sujeira da propaganda política em épocas de eleição. Mas por que elas não se incomodam e se mexem para cobrar das autoridades o fim da poluição das publicidades comerciais que estão entre nós não só em épocas de eleição, mas o ano inteiro, em todos os lugares?




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