Documentos comprovam sabotagem contra governo venezuelano
Ao longo da turbulenta história do capitalismo, duas situações constantes vem acontecendo sistematicamente nos países periféricos: o aumento colossal do fosso da desigualdade econômica e social por um lado, e por outro a reação das classes favorecidas, com apoio dos países centrais, contra qualquer tipo de ameaça ao modelo. Para isso, não se furtam a lançar mão dos meios mais sórdidos, cruéis, assassinos e covardes de que possam dispor para alcançar seus objetivos.
Um longo histórico de golpes e sabotagens
Um dos meios mais comuns de salvaguardar os interesses capitalistas é a associação dos serviços secretos dos países mais avançados com os pequenos setores das burguesias locais nos países periféricos, dispostos a contar com o financiamento estrangeiro, apoio logístico e até fornecimento de armas para golpes, sabotagens, campanhas difamatórias e desestabilização de governos que por ventura ameacem os lucros das grandes corporações capitalistas internacionais associadas com estas classes dominantes.
Diversos são os exemplos históricos e alguns deles bastam para ilustrar essa tendência, como a intenção do serviço secreto londrino de cogitar um golpe militar para derrubar a Revolução Russa nos anos 20; a derrubada do governo nacionalista iraniano nos anos 50 e consolidação de um déspota que recolocou o país de joelhos perante os interesses das petrolíferas anglo-americanas, com a participação do Mossad (serviço secreto israelense); os diversos golpes de Estado tramados na América Latina com o apoio da CIA nos anos 60 e 70 – inclusive no Brasil –, enfim: os governos e empresários capitalistas não têm limites quando o assunto é garantir seus interesses.
Venezuela luta contra sabotadores
Mas tudo isso foi dito para lembrarmos o contexto do que vem acontecendo na Venezuela: as grandes dificuldades por que vem passando a economia daquele país, francamente hostil aos interesses capitalistas de Washington, fruto de locautes planejados pelo empresariado local com apoio internacional. O método escolhido pelas burguesias venezuelanas lembra o locaute de que foi vítima Salvador Allende no Chile, em 1972, quando os caminhoneiros chilenos, com franco apoio da CIA, resolveram parar o país para prejudicar o abastecimento de produtos básicos, na intenção de desestabilizar a economia, afetando então a popularidade do governo progressista que ameaçava seus interesses de classe. Como apoio da imprensa, tentaram culpar a suposta incompetência do governo para preparar o golpe. Exatamente como vem ocorrendo na Venezuela.
Não é de hoje que os empresários venezuelanos tentam sabotar o governo. Chávez já havia passado pelo mesmo problema, e agora Nicolás Maduro trava uma guerra contra estes setores. A imprensa mais uma vez cumpre seu (mau) papel de agitador político ao alarmar os problemas com abastecimento, colocando a culpa diretamente no presidente.
Mas a culpa é mesmo do presidente?
Esta semana foi publicado um documento de junho deste ano intitulado “Plano Estratégico Venezuelano” da Fundação Internacionalismo Democrático, do ex-presidente colombiano e capacho do governo estadunidense, Álvaro Uribe, junto com a Fundação Centro de Pensamiento Primero Colombia e a empresa estadunidense de consultores FTI Consulting, durante uma reunião entre representantes dessas três organizações, dirigentes da oposição venezuelana, como María Corina Machado, Julio Borges e Ramón Guillermo Avelado, o especialista em guerra psicológica, J.J. Rendón e o encarregado da Agência Internacional de Desenvolvimento dos Estados Unidos (Usaid) para a América Latina, Mark Feierstein. O conteúdo deste documento não usa de meias palavras para indicar, no campo das “Ações”, o que é preciso fazer para provocar a queda do governo democraticamente eleito. Destacamos duas passagens importantes:
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Conforme podemos ver claramente no documento, estes membros, com interesses particulares e ligações com o capitalismo internacional indisfarçáveis, estão por trás da campanha de desestabilização que o governo venezuelano enfrenta atualmente. Sua intenção é criar um clima desfavorável ao governo para as eleições municipais de 8 de dezembro, favorecendo a eleição da oposição. Para isso, não se furtam de mentir, sabotar, e até de provocar “mortos e feridos”, desde que isso possa favorecer suas intenções.
Mais uma vez, estamos diante da falta total de escrúpulos do poder econômico em vias de atropelar a vontade soberana de um povo. Interesses mesquinhos, baseados no lucro capitalista, planejam derrubar um governo democraticamente eleito, reeleito e referendado num dos sistemas eleitorais mais eficientes e democráticos do mundo. O golpe, o jogo sujo, a baixaria, a mentira, as mortes, nada é demais para essa gente, em se tratando de assegurar seus privilégios em aliança com o capitalismo internacional. Tudo isso que o socialismo bolivariano da Venezuela está enfrentando naquele país. E vai vencer.
Fantástico, é isso mesmo, é preciso desconstruir essa prática nociva chamada capitalismo selvagem.
ResponderExcluirÉ isso aí Damião Dantas. Por trás das aparências existem práticas tão abomináveis, que se fossem publicadas nas grandes mídias causariam uma revolta generalizada.
ExcluirNosso papel aqui é dar a nossa pequena contribuição para estes esclarecimentos.
Um grande abraço e obrigado pela participação!