O que Hitler, Trump e Bolsonaro têm e não têm em comum
Desde a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas que o mundo o vem comparando com outro radical histórico da direita: Adolf Hitler. No Brasil, o cotejo ganha mais um membro: Jair Bolsonaro, o parlamentar com opiniões grosseiras contra homossexuais e mulheres. Esse tipo de relação procede?
Sim e não. Individualmente, cada um deles tem um histórico bem diferente, atuações diferentes e alcances diferentes. Mas cativam um público em comum.
O líder carismático que colocou o mundo à beira da loucura
Adolf Hitler era um militar ordinário que viveu numa época em que seu país fora destroçado por dois eventos concomitantes num período de poucos anos: o pós-Primeira Guerra Mundial em que saíram derrotados e a Crise de 29. O orgulho nacional alemão estava ferido e seu discurso radical contra as minorias encontrava ressonância numa camada social ampla que padecia com o desemprego e a inflação gritante, e que precisava se reerguer da crise a qualquer custo. Com uma oratória brilhante, um ideal baseado num mito de pureza de sangue alemão e outras fantasias esotéricas, Hitler chegou ao governo pelas vias legais numa ascensão meteórica. Já no poder, representou a última vez que um governo tentou impor o Imperialismo através da conquista militar de territórios.
A “América” em primeiro lugar
Donald Trump, o bem sucedido megaempresário estadunidense, angariou fama em programas de televisão. Embora a oratória não seja seu forte, a mensagem que transmitiu na campanha eleitoral deste ano foi bastante clara para que seus eleitores o elegessem presidente: ataques de xenofobia contra latinos e muçulmanos, crítica à globalização que tira empregos dos estadunidenses e que fecha fábricas no país pela concorrência com outras potências industriais, a promessa de manter a cultura das armas de fogo em vigor, e etc.. Tais promessas foram primeiramente direcionadas aos chamados WASP: White Anglo-Saxon Protestant (Anglo-saxões brancos e protestantes), a camada mais conservadora, machista, xenófoba e homofóbica da sociedade norte-americana.
Profissão: político
Já Bolsonaro… Bem… Bolsonaro…
Jair Messias Bolsonaro foi um capitão de Exército com uma carreira medíocre e controversa, cujo único destaque era a sua propensão a ameaçar com atentados à bomba a sociedade carioca. Tentou explodir quartéis e a adutora de Guandu, principal fornecedora de água para a cidade.
No final dos anos 80, descobriu que essa vida de militar não estava com nada e que a política era o meio mais fácil de fazer a vida. Desde 1991 é deputado federal, seis mandatos consecutivos sem que ninguém saiba exatamente que benefícios concretos trouxe para a cidade. Conseguiu emplacar seus 3 filhos jovens na carreira política para ganhar a vida fácil também. Seu apoio maciço no eleitorado se deve não a feitos políticos mas meramente a opiniões recheadas de alto preconceito que soam como música em ouvidos da direita, seja ela militar, civil ou religiosa.
Mas o que têm em comum?
Apesar de, como vimos, o trio ter históricos e características diferentes, eles conseguiram alcançar seus objetivos políticos de forma bastante similar: começaram falando para uma parcela restrita da sociedade, a extrema-direita. Eventuais crises econômicas no momento adequado fizeram os seus discursos ganharem reverberação em camadas maiores do eleitorado, especialmente nas classes médias, sempre as mais suscetíveis a radicalizar para a direita em momentos de crise. Como já dizia o brilhante Bertold Brecht: “não há nada mais parecido com um fascista que um pequeno burguês assustado”.
Com base em falácias irracionais que não podem ser comprovadas, ataques à honra alheia, pregações apocalípticas, discursos que evocam o medo e boataria constante, esses homens conseguiram alcançar seus objetivos com o apoio das camadas médias da sociedade, reacionárias em sua essência. Estes amam os Estados Unidos, fazem cursos de inglês, tiram férias em Nova Iorque, lancham em fast-foods, consomem todo tipo de porcaria enlatada made in USA, mas que na hora de impor seus medos e seus preconceitos à sociedade, se vestem de verde e amarelo e defendem golpes e políticos corruptos com o discurso da direita.
Aparentemente, esse é um fenômeno recorrente na história recente do mundo que a esquerda ainda não soube romper — ou sequer entender. Sempre que há uma crise econômica de grande vulto combinada (ou não) com uma crise de representatividade política, as classes burguesas se voltam para a extrema direita com consequências imprevisíveis. Como o capitalismo tem na sua essência exatamente as crises cíclicas, cada vez menos espaçadas no tempo entre uma e outra, isso explica outra frase bastante famosa do próprio Brecht: a cadela do fascismo está sempre no cio.
Bom pôster
ResponderExcluirQuanta merda escrita num texto só, fiquei com vergonha alheia de tamanha burrice.
ResponderExcluirA partir do momento em que você não aponta objetivamente as "merdas" e vem só desmerecer a postagem, deixa claro que é apenas recalque de quem teve suas ideias contrariadas.
ExcluirAbraço e volte sempre.
Tao tipico a falta de argumentos...
ExcluirParabéns pela clareza das idéias, e colocadas tão bem nesta postagem.
ResponderExcluirProcurando algo que fizesse ligação entre Bolsonaro e Hitler, achei este artigo publicado em novembro de 2016.
Estou com medo das consequências imprevisíveis desta eleição, que traz com força o radicalismo de pessoas que apoiam tantas loucuras.
Toda vez que o povo quer um presidente de pulso para governar o país tem uma força oculta que não tem coragem de mostrar a cara: lembra de Tranqueiro Neves deram um jeito de tirar ele da reta. agora aparece o Bolsonaro e as forças oculta ja começam a manifestar.
ResponderExcluirEu to achando que a máfia que suga o país é que está por trás de tudo.
Bem imparcial essa merda de portal!
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