Luciano Huck já sentiu na pele o que você passa para sobreviver?



O empresário e apresentador Luciano Huck começa a discutir com partidos, especialmente o PPS de Roberto Freire, a possibilidade de se candidatar a presidente da República no ano que vem.

Um nome que sai da cartola das classes dominantes

Seu nome surpreende num primeiro momento, pois o apresentador, apesar de ser um legítimo representante do eleitorado coxinha paulista e aparecer em eventos com políticos da direita, nunca foi versado em assuntos políticos.

Mas basta uma reflexão breve e logo se entende. Primeiro, de forma oportunista como é do seu feitio, quer pegar carona na onda de desprestígio da classe política, por conta dos diversos escândalos de corrupção, para se apresentar como o "não-político", estratégia já utilizada por João Dória, à direita na foto acima, com o próprio Huck. Como se apenas na política houvessem homens desonestos, corruptos e interesseiros, e na classe empresarial só os puros e santos.

Saiba mais sobre Huck e seu oportunismo, no mau sentido, em O que Luciano Huck tem na cabeça.
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Segundo, tal como em 1989, temendo um segundo turno entre Lula e Brizola, duas opções fora de questão para as classes dominantes, a Globo teve que fabricar um Collor por falta de opção na direita; este ano Huck está sendo preparado para assumir esse vácuo mais uma vez, diante da fraqueza de possíveis candidatos da direita como Alckmin e Dória (Aécio é um morto-vivo político e nem se conta). 

Portas abertas para quem nasce em berço de ouro

Pois é isso, Luciano Huck, judeu de família rica, abriu  caminho na TV com seus contatos da alta sociedade e seus recursos financeiros. Jamais seria aquele seu amigo carismático da escola que todo mundo dizia que tinha talento para ser artista. Mas... um empurrãozinho de um figurão aqui, um empréstimo de papai ali, uma porta aberta por um conhecido de alguém da TV acolá, uma pessoa influente da família que apoia e... Pam! Lá está Luciano Huck fazendo fama e fortuna nas tardes de sábado na TV.


E agora este filho ilustre da riqueza e da elite quer ser presidente. As perguntas óbvias são: para quem, cara pálida? Pra quê?

Para que o Brasil continue sendo Casa Grande e Senzala

Somos sonhadores utópicos e acreditamos que um presidente do Brasil deveria lutar para acabar dois de nossos problemas primordiais: a desigualdade econômica, étnica e social,  fruto da pior distribuição de renda do mundo, onde 6 pessoas, acreditem se quiserem, acumulam pra si o mesmo que 100 milhões de brasileiros tem como renda.

Será para os pobres que vai trabalhar Luciano Huck? Não estou falando de medidas paliativas como a esmola da caridade cristã e bolsa disso ou daquilo que atenua mas não resolve. Estou falando de resgatar essas pessoas para acabar com o abismo da desigualdade de forma definitiva.

Como poderá o apresentador lutar para acabar com um cenário que lhe é absolutamente favorável? Quem será a babá dos seus filhos se a mulher pobre puder estudar e ter um emprego mais bem colocado? Quem vai dirigir seu carro? Ser o mordomo da sua casa? Quem vai ser a empregada que vai lavar o seu banheiro sujo, se não tiver aquela mulher com 5 filhos, sem marido e sem perspectiva, tendo como única alternativa aquela função que sua bisavô fazia na casa do coroné da Casa Grande — este, ancestral de alguns dos ricos de hoje?

Seria pedir demais.

Qualquer cidadão brasileiro que preencha os requisitos exigidos pela Constituição pode pleitear a presidência da República brasileira. Não vou questionar esse fato. Agora se você é pobre, trabalhador, não faz parte daqueles seis privilegiados que detém metade da fortuna do país e nem é beneficiário direto deles como Luciano Huck, por que você votaria nele? Porque ele é famoso e parece ser simpático na TV?

Então, amigo ou amiga, o problema não é Luciano Huck, o problema é você.

"Os ricos fazem tudo pelos pobres, menos descer de suas costas"
                                                                                                      Leon Tolstoi

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