Será o fim do capitalismo? Jovens americanos querem o socialismo no seu lugar



O capitalismo mundial está capengando para a morte. Desde a crise de 2008, muitos países ainda sofrem as consequências de um sistema onde o mercado e seus agentes transformam o universo financeiro em um cassino de orgias, onde um dinheiro volátil e sem lastro enriquece um pouco mais, da noite para o dia, diversos "players". No entanto, quando a banca quebra...

Lucros privados, prejuízos socializados

Somos nós, os que não somos convidados a jogar, a participar da festa e tirar proveiro dos lucros, que pagamos a conta, através dos nossos impostos ou às custas do nosso emprego. Muita gente no mundo já está de saco cheio desse destino. E começam a aparecer alternativas. Há quem vaticine a queda do capitalismo, não por conta de alguma revolução popular ou reformas de governo, mas por conta do seu próprio peso. Será como um hipertenso com obesidade mórbida morrer de overdose de hambúrguer do McDonald, uma imagem que vem a calhar ao capitalismo nos Estados Unidos.

Um desses profetas do fim do capitalismo é o autor inglês Paul Mason. Em seu livro recém-lançado Pós-Capitalismo, um guia para o nosso futuro¹, ele justamente não apenas indica que a crise de 2008 foi diferente de todas as outras, impossibilitando uma verdadeira recuperação do sistema como no passado, como já propõe ideias que possam substituir o velho capitalismo.

A informática vai matar o capitalismo

A tese central de Paul Mason é de que o avanço da tecnologia, em vez de servir ao capitalismo, vai destrui-lo, pois uma sociedade da informação traz em si todos os elementos para a superação de uma comunidade baseada no mercado. Com a livre informação, caem as bases do capitalismo, quais sejam: monopólios, bancos e governos tentando manter as coisas privadas, escassas e comerciais.


Mas... como todo indivíduo bem intencionado de esquerda que procura superar as mazelas do capitalismo corroborando as falhas teorias pós-modernas, Paul Mason peca em descartar os pressupostos do socialismo como alternativas a este modelo destrutivo financeiro. O próprio autor balança entre os elogios e às críticas ao socialismo, no entanto, sem deixar de mais uma vez alimentar as mentiras do Ocidente contra a época de Stalin, sem contextualizá-la, cometendo graves erros de anacronismo.

Segundo ele, ignorando as lutas de classe, a instrumentalização dos aparelhos de Estado ao dispor das elites, a necessária conscientização das classes trabalhadoras, ou seja, todo o aparato conceitual do marxismo, a transição do capitalismo para um outro modo "de alocar bens racionalmente até que se alcance o equilíbrio" é um desafio meramente técnico, não uma revolução. Ou seja, devemos supor que as grandes elites financeiras, os acionistas das grandes corporações mundiais e os banqueiros de Wall Street simplesmente vão se reunir em Davos e anunciar para o mundo que abrirão mão de todos os seus privilégios acumulados com suor e sangue dos trabalhadores, para defender um sistema mais justo e igualitário para todos... Tudo pacificamente, de cima pra baixo, num surto de piedade jamais visto entre as elites na história.

Tão em voga nesses dias pós-modernos, é falar em redes. Manuel Castells já havia falado sobre o poder em redes em seu livro O Poder da Comunicação, o qual traremos mais detalhadamente numa próxima resenha. Paul Mason propõe "soluções por meios de experimentos de pequena escala, modelos testados que possam ser ampliados em ações do Estado". Pensando de forma foucaultiana, com relação aos micropoderes, pensa em pequenas comunidades semi independentes ligadas em redes até uma instituição "central". É o fim de um poder "absoluto" do Estado malvadão e pesado.

Jovens estadunidenses surpreendem em pesquisa recente

Apesar de não levar em conta a opção do "velho" socialismo para a superação do capitalismo, não obstante ser Marx quem melhor sistematizou uma alternativa ainda no século XIX, uma recente pesquisa surpreendente coloca em xeque o suposto desprestígio do socialismo.

Segundo enquete da insuspeitíssima organização não-governamental Fundação da Memória das Vítimas do Comunismo, fundada pelo ex-secretário de Estado dos EUA Zbigniew Brzezinski, 44% dos jovens norte-americanos se manifestaram a favor do socialismo, enquanto o capitalismo foi apoiado por 42%...

É fato que aqui temos que fazer uma ressalva: 66 por cento não souberam dar uma definição precisa do socialismo, o que não nos causa nenhuma surpresa. Nos Estados Unidos, bastiões do neoliberalismo mundial, o socialismo é alvo de um anátema grosseiro, quase equiparado ao satanismo. Nas escolas, provavelmente o socialismo é tratado numa teia de desinformação, associado a mortes, escravidão, totalitarismos...

Nesse cenário de mentiras e propaganda difamatória plena, sem contrapontos, surpreende a ascensão de uma vaga ideia de justiça socialista no coração dos jovens; de que estão mentindo pra eles; que o verdadeiro mal do planeta é o sistema que eles vivem, o capitalista, como respondeu metade daqueles jovens pesquisados.

Quem poderia dizer que no coração no capitalismo mundial, com toda a propaganda ideológica massiva, começasse a surgir uma geração de jovens que apoiam o socialismo. Que ninguém tenha dúvidas que aqueles números seriam ainda maiores, se lhes fossem dados uma definição mais justa sobre o que é o socialismo.

Dessa forma, ao contrário do que pensa Paul Mason com suas redes pós-modernas de relações descentralizadas e utópicas, o socialismo é, sempre foi e continuará sendo a única verdadeira alternativa para superar o capitalismo e suas mazelas.
_________________
1 MASON, Paul. Pós-Capitalismo - um guia para nosso futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2017





Comentários

  1. “Um homem que não seja um socialista aos 20 anos não tem coração. Um homem que ainda seja um socialista aos 40 não tem cabeça.”

    Georges Clemenceau

    Ninguém fica jovem para sempre.

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    1. Só os falsos, os iludidos, os canalhas das estirpes de Arnaldo Jabor e Lobão podem se dizer socialistas na juventude e depois "amadurecer" para o conservadorismo.

      Para cada idiota desses eu cito 10 Apolônios de Carvalho.

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  2. Interessante, porém analisando de uma maneira mais pragmática, não é nem assim. Os EUA não são exemplo de livre mercado e capitalismo real, há muitos países mais livres e mais voltados para um capitalismo real. O problema ao meu ver não é o capitalismo, mas sim o Estado que atrapalha o capitalismo e as pessoas em empreender. Querendo ou não, mesmo nos EUA, um país com 330 milhões de habitantes, há uma ótima qualidade de vida e de oportunidades tanto que muitos se arriscam em águas profundas, almejando um vida melhor na terra do tio Sam. Creio que a grande maiores desses jovens são americanos nativos e estudantes de universidades que, assim como no Brasil, é dominada por uma classe (uma elite) da esquerda. É fácil culpar os EUA pelos problemas do mundo, socialismo é muito belo e justo na teoria soa como algo maravilhoso nos ouvidos dos jovens com os hormônios a flor da pele, sedentos por mudanças e revoluções, ao amadurecer e compreender o mundo e suas dificuldades perceberão que a coisa não é simples assim, paz e amor e um mundo sem dinheiro = mundo socialista utópico perfeito. O problema, no meu ponto de vista, é que, o capitalismo tem seus defeitos e o próprio socialismo surgiu a partir desse sistema como uma solução capitalista, afinal o que é capitalismo? O que é o mercado? Apenas pessoas efetuando trocas voluntárias sendo o dinheiro um facilitador. O capitalismo foi uma invenção natural da humanidade outrora baseada em escambo, o estado totalitário então criou a moeda e criou (ou usurpou) o sistema capitalista. Socialismo refere-se justamente ao estado e não ao sistema capitalista. O socialismo propõe que assumindo o estado absoluto (ditadura do proletariado) e ditando todas as regras do capitalismo as coisas vão melhorar e não é assim na prática. Por isso sou a favor de um estado mínimo e uma v carga tributária mínima para mantê-lo. A solução para o capitalismo não é o socialismo, ao meu ver são coisas diferentes. Mesmo num sistema socialista haverá capitalismo, pois as pessoas estarão comprando e vendendo coisas. Na Coreia do Norte existe capitalismo, na URSS existia capitalismo. Capitalismo nada mais é do que uma forma das pessoas terem acesso aquilo que elas necessitam. A tecnologia que temos hj, o conforto, os carros cada vez mais seguros, o mundo cada vez mais interconectado, Uber, Wikipedia, inteligência artificial e muito mais coisas que tornam nossas vidas mais confortáveis e seguras aconteceram por causa das empresas, formadas por pessoas que investiram numa ideia em um ambiente favorável e prosperaram oferecendo suas inovações ás pessoas comuns como eu, vc, do pobre ao rico. Se não fosse o Estado e seus parasitas com certeza estaríamos numa situação muito melhor. Na África (muitos culpam o capitalismo pela fome na África) o estado e seus parasitas escravizam seu próprio povo, dificultando o capitalismo, veja os números e constate que os países africanos com mais capitalismo e mais liberdade econômica são os que estão mais prosperando e daqui alguns anos poderão até mesmo ultrapassar o Brasil. Enfim, a solução para o capitalismo não é o socialismo, mas sim a redução do estado. Os EUA possui um estado gigantesco, burocrático e interventor está mais próximo de um estado socialista soviético do que de um estado mínimo voltado para o mercado e para o capitalismo, notamos isso ao comparar com outros países com estados menores e enxutos e que não estão envolvidos em guerras e conflitos mundiais.

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  3. Cont: Em vez de usar os EUA como símbolo do capitalismo, sugiro pegar os 5 países mais livres do mundo, ah! Os EUA? Símbolo do capitalismo e do "neoliberalismo" encontra-se na 17ª posição. O Brasil? Piada 140º perde pra diversos países africanos em desenvolvimento. Nosso vizinho Chile? 10º lugar? Passou os EUA? Não é a toa que é o primeiro país da América Latina a entrar no rol dos países desenvolvidos, e os países socialistas por aí? Nossa Cuba, Venezuela e Coreia do Norte de mãos dadas nas últimas posições, se a URSS estivesse de pé hj em dia contaria com mais alguns nas últimas colocações. Julgar o capitalismo como um fracasso total é tatuar sua própria incapacidade em lutar num ambiente competitivo e livre, por isso preferem o socialismo ao igualar em todos pelo mais baixo, pelos incompetentes, um mundo de paz e amor e depois de uns anos guerras civis e genocídios.

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    1. Olá, sr. anônimo,

      Você levantou diversas questões paralelas no seu comentário, o qual eu agradeço, mas gostaria de fazer pequenos contrapontos naquilo que eu não concordo, em pequenos tópicos:

      " Os EUA não são exemplo de livre mercado e capitalismo real, há muitos países mais livres e mais voltados para um capitalismo real. O problema ao meu ver não é o capitalismo, mas sim o Estado que atrapalha o capitalismo e as pessoas em empreender."

      Aqui logo de cara temos duas questões: os EUA não serem os mais liberais do planeta. Só concordo com você se tiver em mente que, depois da desregulação do mercado americano que aconteceu antes do estouro da bolha, ou seja, mais liberalismo, os bancos deveriam ter sido deixados no estado falimentar, como todo bom capitalismo de investimento e risco, mas não foram. Lá estava o Estado malvadão para socorrê-los, intervindo no mercado, salvando quem deveria ser punido pela mão invisível. Fora isso, em quase todos os países do ocidente o Estado trabalha a favor da economia, e não contra. Basta ver as taxas de juros, o banco central trabalhando pra controlar a inflação mesmo em detrimento do salário, os governos que fazem reformas para favorecer o empresariado tirando direitos do trabalhador... O Estado tem sido o maior amigo do mercado, e não seu inimigo.

      "Querendo ou não, mesmo nos EUA, um país com 330 milhões de habitantes, há uma ótima qualidade de vida e de oportunidades tanto que muitos se arriscam em águas profundas, almejando um vida melhor na terra do tio Sam."

      Amigo, desde a crise de 2008 as desigualdades alarmantes dos EUA chamaram a atenção do mundo e causaram diversos protestos internos como jamais vimos, como o Ocuppy Wall Street. Nos EUA hoje acontece o mesmo fenômeno de concentração de renda que acontece no mundo capitalista: 1 por cento dos bilionários têm riqueza equivalente a metade de toda a população.
      Começamos a ver cenas lastimáveis como sem-tetos e mendigos comendo ratos pra sobreviver, ou dependendo de sopão comunitário. Uma parcela de 60 milhões de americanos hoje está abaixo da linha de pobreza, e a classe média para manter um certo nível de vida tem que trabalhar horas e mais horas, às vezes em três empregos para manter o padrão de vida. Esse el dorado americano que você cita só existe na fantasia.

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    2. Continuação:
      "É fácil culpar os EUA pelos problemas do mundo"

      De fato, é realmente muito fácil, desde 1945 com a bomba atômica. De lá pra cá, ingerências nos assuntos de outros países, guerras, golpes, e chantagens financeiras através do FMI são a regra.

      " Na Coreia do Norte existe capitalismo, na URSS existia capitalismo."

      De fato, mas precisamos entender isso direitinho. O que é capital? É um valor que pode ser acumulado e usado para fazer mais capital. Capital e dinheiro são duas coisas diferentes. Nestes países que você citou havia dinheiro, mas a ideia de capital, seja na forma de dinheiro ou de mais-valia para produzir lucros a capitalistas, tinha sido eliminada. Não existe empresas que cooptam o Estado para transformar uma estatal, criada para servir ao povo, como a Vale do Rio Doce, em empreendimento privado para enriquecer banqueiro, baseado na falácia de que o mercado é puro, competente e santo e o Estado é maligno, malvadão.

      "Em vez de usar os EUA como símbolo do capitalismo, sugiro pegar os 5 países mais livres do mundo"

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    3. Continuação
      Amigo, não dá pra levar a sério esses rankings do tipo Heritage Foudation, que estão eivados de ideologia, o que interfere na análise e na metodologia.

      Em vez disso, te convido a pegar exemplos empíricos. Países que adotaram os pressupostos neoliberais propostos pelo FMI e pelo Banco Mundial quebraram todos em 2008. Porque caíram no conto do Estado grande e interventor, totalitário, e blá blá blá... Tiveram que recorrer ao próprio Estado pra não irem à bancarrota.
      Agora vamos pegar exemplos de países capitalistas com grande intervenção do Estado, geralmente os países nórdicos: Noruega, Islândia, Suécia, Dinarmarca... Vejam seus números do IDH, que no fundo é o que interessa. Dão um banho e a explicação é simples: lá não existe mercado livre, o Estado controla o mercado e o coloca a serviço da comunidade e não a meia-dúzia de capitalistas, como é no resto do mundo.

      Agora vamos falar sério aqui: eu não te conheço, mas provavelmente é um cidadão de classe média que recebe ser ordenado todo mês, e foi convencido pela propaganda midiática que tá pagando muito imposto. No fundo, tirando todo o verniz dessa discussão, está o fato de que você acha que tá pagando muito imposto, certo?

      Então amigo, eu te convido a pesquisar sobre serviço da dívida, rentismo etc., pra você ter a surpresa de ver pra onde vai 48 por cento dos nossos impostos. Te garanto que não é para o Estado malvadão.

      Grande abraço.

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    4. Aqui logo de cara temos duas questões: os EUA não serem os mais liberais do planeta. Só concordo com você se tiver em mente que, depois da desregulação do mercado americano que aconteceu antes do estouro da bolha, ou seja, mais liberalismo, os bancos deveriam ter sido deixados no estado falimentar, como todo bom capitalismo de investimento e risco, mas não foram. Lá estava o Estado malvadão para socorrê-los, intervindo no mercado, salvando quem deveria ser punido pela mão invisível. Fora isso, em quase todos os países do ocidente o Estado trabalha a favor da economia, e não contra. Basta ver as taxas de juros, o banco central trabalhando pra controlar a inflação mesmo em detrimento do salário, os governos que fazem reformas para favorecer o empresariado tirando direitos do trabalhador... O Estado tem sido o maior amigo do mercado, e não seu inimigo.

      Os EUA não é o país mais liberal do mundo, hoje essa posição é ocupada por Hong Kong. A questão é justamente essa a mão invisível do mercado é substituída pela mão bastante visível do estado (diga-se políticos que recebem propina para defender interesses de meta-capitalistas) A diferença entre EUA e Brasil é justamente o grau de intervenção do estado na economia quanto mais intervenção mais crises, desigualdades, desemprego, falências etc. Banco central tinha que acabar, assim como ministério da fazenda e seus "especialistas" keynesianos intervencionistas, o estado não trabalha a favor da economia, mas sim de certos grupos meta-capitalistas (no Brasil temos Odebrecht, OAS, Estatais etc etc) quero deixar claro que sou totalmente contra esse sistema que está aí bem como também sou contra sistemas fascista/socialistas que conseguiram ser ainda piores que os países com sistema capitalista, não é a toa que a URSS caiu e a Rússia virou "capitalista" (não são liberais, mas adotaram o capitalismo e estado e intervencionista)

      Amigo, desde a crise de 2008 as desigualdades alarmantes dos EUA chamaram a atenção do mundo e causaram diversos protestos internos como jamais vimos, como o Ocuppy Wall Street. Nos EUA hoje acontece o mesmo fenômeno de concentração de renda que acontece no mundo capitalista: 1 por cento dos bilionários têm riqueza equivalente a metade de toda a população.
      Começamos a ver cenas lastimáveis como sem-tetos e mendigos comendo ratos pra sobreviver, ou dependendo de sopão comunitário. Uma parcela de 60 milhões de americanos hoje está abaixo da linha de pobreza, e a classe média para manter um certo nível de vida tem que trabalhar horas e mais horas, às vezes em três empregos para manter o padrão de vida. Esse el dorado americano que você cita só existe na fantasia.

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    5. Este comentário foi removido pelo autor.

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    6. Mas a culpa da concentração de renda não é culpa do capitalismo, mas sim do estado, meu problema não é com o capitalismo, mas sim com o estado inchado e intervencionista aos moldes soviéticos. Após os governos esquerdistas de Clinton, Bush e Obama os EUA incharam cada vez mais o estado que Reagan lutou para limpar e enxugar e demonstrou o quanto o laissez-faire, livre mercado e o corte nos impostos são importantes e necessários para o crescimento do país. Mas aí vieram alguns presidentes com pensamentos de esquerda intervencionista e depois de alguns anos vemos aí o resultado. 60 milhões abaixo da linha da pobreza? o número correto são 40,6 milhões de pessoas e esse número está caindo (https://exame.abril.com.br/economia/indice-de-pobreza-nos-eua-cai-para-127-da-populacao/) e mesmo assim não tem comparação com o Brasil onde 22% da população encontra-se abaixo da linha da pobreza e ao contrário dos EUA o indice está aumentando, num país que conta com a metade da população dos EUA, sendo que recebe inúmeros imigrantes que acabam entrando nessa estatística (afinal ninguém arrisca tudo para vir pro Brasil, ou Venezuela, Cuba, Bolívia, Coreia do Norte, China etc) Quanto ao trabalho a produtividade do americano é 5 vezes maior que a do brasileiro em média, ou seja 1 americano produz o equivalente ao que 5 brasileiros sem contar que o consumo do americano é incomparavelmente superior, os que vivem abaixo da linha da pobreza nos EUA tem muito mais qualidade de vida do que os brasileiros, sem contar nas oportunidade que o país oferece para aqueles que querem mudar suas vidas (não é toa que a cada ano em média esse número cai 0,8% por ano) El dourado americano? Isso não existe em lugar nenhum do mundo, muito menos nos países socialistas, para se conquistar as coisas e um futuro melhor é necessário trabalhar e muito! no Brasil é ainda mais sacrificante e escravizador comparado aos EUA.

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    7. De fato, é realmente muito fácil, desde 1945 com a bomba atômica. De lá pra cá, ingerências nos assuntos de outros países, guerras, golpes, e chantagens financeiras através do FMI são a regra

      Se os EUA não utilizassem a bomba atômica, outro país o faria, a Alemanha estava desenvolvendo em paralelo com os EUA armas nucleares bem como a União Soviética. Ao meu ver guerras são horríveis e a 2ª a pior de todas as guerras, mas o que muitos desconhecem dessa história é o lado japonês. Os Japoneses viviam um regime totalitário, onde o imperador (o Hirohito) é visto como uma especie de deus o que ele ditava era lei divina e não poderia ser questionado. Na China e Coreia, e demais países invadidos pelo Japão no palco oriental (guerra do pacífico) sofreram e foram dizimados pelos japoneses. Os japoneses colocam os cientistas nazistas no chinelo, fizeram diversas experiencias humanas, estupravam mulheres e escravizavam as pessoas, se um chines olhasse torto para um militar japonês era cadeia! (assistam Grande Mestre Ip Man, o mestre de Bruce lee pra ter uma pequena noção do que foi a invasão japonesa na China). Os EUA praticamente foram obrigados a jogarem uma bomba como última alternativa para por fim a guerra, conhece os Kamikazes? Isso não ocorria apenas com aviões, mas na infantaria também, era o terror dos soldados americanos, pois se deparavam com soldados dispostos a todo custo salvar seu país e imperador iam para cima sem medo ou terror (diferente dos americanos). Hoje em dia muita gente presta muita atenção ao palco da europa e não possuem muito conhecimento sobre a guerra do pacifico. Mesmo após a bomba atomica haviam generais dispostos a sacrificar mulheres e crianças na guerra, pois não aceitavam de maneira nenhuma a derrota, seria uma carnificina total e poucos sabem disso. A bomba atomica, uma terrível arma, mas ao mesmo tempo evitou uma carnificina ainda maior.

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    8. Em vez disso, te convido a pegar exemplos empíricos. Países que adotaram os pressupostos neoliberais propostos pelo FMI e pelo Banco Mundial quebraram todos em 2008. Porque caíram no conto do Estado grande e interventor, totalitário, e blá blá blá... Tiveram que recorrer ao próprio Estado pra não irem à bancarrota.
      Agora vamos pegar exemplos de países capitalistas com grande intervenção do Estado, geralmente os países nórdicos: Noruega, Islândia, Suécia, Dinarmarca... Vejam seus números do IDH, que no fundo é o que interessa. Dão um banho e a explicação é simples: lá não existe mercado livre, o Estado controla o mercado e o coloca a serviço da comunidade e não a meia-dúzia de capitalistas, como é no resto do mundo.

      Certo então deixemos de lado a heritage foundation e utilizar os indices da Social Progress Imperative (http://www.socialprogressindex.com/assets/downloads/resources/en/English-2017-Social-Progress-Index-Findings-Report_embargo-d-until-June-21-2017.pdf).

      Os paises mais afetados pela crise de 2008 são justamente os países em que os governos mais interferem na economia: sendo os maiores EUA, Inglaterra, França, Irlanda, Escócia, Alemanha, Itália, Espanha, Russia, Dinamarca, China, Japão, Índia, Austrália, bem como o Brasil e todos os países da America Latina. Passado-se quase 10 anos após a crise os países mais liberais voltaram a crescer em destaque Austrália, UK e Japão. O Brasil está indo ladeira abaixo, a marolinha virou um tsunami.

      Não consigo entender uma coisa, vc critica o capitalismo, mas cita o estado como responsável (assim como eu), mas põe a culpa no capitalismo e não no estado, em seguida vc fala dos países nórdicos e o estado intervencionista salvador, sendo que nos países que vc citou numa rápida pesquisa sobre a ecnomomia vemos que são países que adotaram o livre mercado.

      Noruega: A economia norueguesa é um exemplo de uma economia mista, um país social-democrata com um estado de bem-estar social capitalista próspero, com uma combinação de atividades de mercado livre e de grandes propriedades estatais em determinados setores-chave.

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    9. Islandia: Entretanto, a crise econômica que começou em 2008 expôs a fragilidade do sistema bancário que ficou vulnerável ao colapso. A economia da Islândia é de tipo capitalista, semelhante à de outros países escandinavos, com presença de um estado do bem-estar social.

      Suécia: Tem uma economia de mercado, com um volumoso setor público alimentado por elevados impostos, e orientado para a segurança social, administração pública, saúde e educação. Após um período de recessão, aumento do desemprego e altas taxas de inflação no começo da década de 1990 - a "crise financeira dos anos 90" (finanskrisen 1990) - a Suécia foi capaz de atingir o crescimento sustentável através de ajustes fiscais e dinamização da economia. <- (Ou seja, após a crise de 90 adotaram mais livre mercado e diminuíram o estado).

      Dinamarca: As regras sobre os horários de trabalho e os salários são negociadas entre os sindicatos e os patrões, com um envolvimento mínimo por parte do governo (não existe um salário mínimo, por exemplo.)

      O modelo nórdico (ou capitalismo nórdico[1] ou social-democracia nórdica) refere-se aos modelos econômicos e sociais dos países nórdicos (Dinamarca, Islândia, Noruega, Suécia e Finlândia), que envolve a combinação de uma economia de livre mercado com um estado de bem-estar social. Ou seja, o estado de bem estar social só existe graças ao livre mercado e a não intervenção estatal (ou intervenção minima) na economia.

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    10. Nestes países que você citou havia dinheiro, mas a ideia de capital, seja na forma de dinheiro ou de mais-valia para produzir lucros a capitalistas, tinha sido eliminada. Não existe empresas que cooptam o Estado para transformar uma estatal, criada para servir ao povo, como a Vale do Rio Doce, em empreendimento privado para enriquecer banqueiro, baseado na falácia de que o mercado é puro, competente e santo e o Estado é maligno, malvadão.

      A mais valia é pura conversa fiada! Já caiu por terra e foi refutada por diversos autores, mas ainda hoje é tida como algo que dá certo. Muito bom vc colocar essas palavras, pois elas ficam justamente a favor do capitalismo moderno, ou seja, em outras palavras nos países que seguiram o modelo socialista e aboliram a tal da mais valia e o capital, se viram parados no tempo transformaram-se em países feudais (como a Coreia do Norte atualmente). Realmente não existem empresas somente o estado absoluto e qual o resultado disso? Falência total do país, ou seja, estado absoluto = falência total, estado 50/50 capitalismo/empresas/mercado = falência gradativa, estado 20/80 mercado/capitalismo/empresas = prosperidade (mas suscetíveis a crises cíclicas devido as poucas intervenção, mercado/capitalismo/empresas = anarco capitalismo = ? prosperidade total sem crises apenas crescimento, ou seria guerra civil e total dizimação da humanidade? eu creio mais na primeira opção, mas até lá um estado minimo serial o ideal e o Brasil está a léguas de distancia desse patamar. QUem sabe com Dr. Ray né kkkkkk

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    11. Agora vamos falar sério aqui: eu não te conheço, mas provavelmente é um cidadão de classe média que recebe ser ordenado todo mês, e foi convencido pela propaganda midiática que tá pagando muito imposto. No fundo, tirando todo o verniz dessa discussão, está o fato de que você acha que tá pagando muito imposto, certo?

      Estudei em Colégio público a vida toda, meus pais humildes me deram educação, um teto, roupas. Meu pai filho bastarde de negra empregada com filho de patrão rico, não recebeu nem o sobrenome, morava na casa deles apanhando (torturado) pelo avô, estudou em colegio público e começou a trabalhar aos 12 anos de idade, nasceu em 1935 caiu sobre os trilhos do bondinho em salvador carregando fardos de farinha graças a um negro que passava puxou ele pelas pernas decepando "apenas" dois dedos, foi ao hospital público e por pouco não perdeu a mão, pois o médico queria amputá-la. Trabalhou duro entrou na Universidade de direito mas não concluiu, trabalhou na construção da refinaria de Manguinhos no RJ, mesmo não tendo nível superior era um excelente desenhista, recebeu propostas para ir aos EUA, mas não aceitou (se arrepende até hoje), trabalhou na Varig no setor de publicidade ganhou muito dinheiro nessa época, trabalhando duro e dando tudo de si. Após a Varig entrou na Hasenclever como representante comercial, sempre deu tudo de si e era um excelente vendedor (como tudo na sua vida procurava ser profissional) devido a crise econômica da época vendia muito, mas a distribuidora não entregava as mercadorias. Minha mãe dona de casa inocente, ao limpar a casa jogou fora todos seus documentos, o Estado que deveria ter uma copia de toda sua vida de profissional pois contribuía compulsoriamente, deu uma banana pra ele e um foda-se se vc trabalhou a vida toda, hoje aos 82 anos é aposentado com um salario minimo e vive de aluguel, não tem carro e depende do Sus. Em seu auge eu não era nascido e ele vivia em outro casamento, quando nasci meu pai tinha 51 anos e por pouco não passamos fome, fomos pra Salvador e ele abriu uma empresa que prestava serviços para seguradoras, veio o governo com suas leis e os bancos engoliram todas as seguradoras e assim meu pai declarou falência e nunca mais se reergueu, graças ao estado que inibe o empreendedorismo e pune o empresário.

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    12. Assim como meu pai, comecei a trabalhar aos 17 anos, pai aos 16 por um descuido, acabei não entrando em faculdade e hj aos 31 anos de idade tenho que trabalhar muito para sustentar minha família. Ano que vem tenho planos em cursar direito ou economia. Gosto muito desses assuntos e creio que através das ciências humanas chegaremos a um consenso e conseguiremos determinar melhores caminhos para a humanidade, alinhando com as ciencias exatas e os avanços tecnologicos, desenvolveremos uma melhor compreensão do universo e ambiente que nos cerca e assim evoluir nossa maneira de pensar, buscando sempre a paz, respeito, união e a fraternidade entre os povos. O mundo ainda tem um pé no século passado com as religiões e ideologias, mas no futuro veremos hoje como vemos hoje as antigas religiões egípcias, gregas e romanas bem como modelos filosóficos e ideológicos. No momento vivemos o presente e devemos construir novas linhas de pensamento as ciencias exatas e tecnologias avançam a uma velocidade incrível, enquanto as ciencias humanas caminham a passos de tartarugas, pois por ser uma área bastante subjetiva acabamos nos confundindo com a quantidade de modelos filosoficos e ideologias e acabamos deixando a lógica um pouco de lado, ou cremos que seguimos uma lógica, mas esta estando errada, nos engana imperceptivelmente devido a sua retórica e lógica aparente. Portanto creio que a área de humana necessita de pessoas como eu, com visões diferentes a cerca do sistema e disposta a propor soluções. O problema é que este ambiente está tão contaminado ideologicamente que está cada vez mais difícil criar e propor novas ideias ou visões por perspectivas diferentes, mas enfim creio que seja possível com muito trabalho e estudo.

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    13. Então amigo, eu te convido a pesquisar sobre serviço da dívida, rentismo etc., pra você ter a surpresa de ver pra onde vai 48 por cento dos nossos impostos. Te garanto que não é para o Estado malvadão.

      O problema da dívida não são os investidores, mas sim o Governo/Estado, ou seja, o problema não são os rentistas, em todos os países possuem rentistas e investidores. O problema é a incompetência do estado/governo.

      http://www.clubedospoupadores.com/impostos/juros-rentistas-calote.html

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  4. Professor Almir albuquerque vc esta de parabéns pelo seu trabalho de elucidação das injustiças sociais que o capitalismo causa no mundo !! Meu nome é gilberto e sou fã do seu trabalho, Mais uma vez parabéns pelo seus textos criticos e sua coragem.
    Um grande abraço !!

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    1. Muito obrigado Gilberto, pra mim é uma grande satisfação contar com o seu reconhecimento.

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  5. Ferreira Felipe:

    "O problema da dívida não são os investidores, mas sim o Governo/Estado, ou seja, o problema não são os rentistas, em todos os países possuem rentistas e investidores. O problema é a incompetência do estado/governo."...

    Existe prova maior de desonestidade e mau-caratismo... afinal, quem é o Estado em sua personificação, senão um aglutinado de pessoas a serviço do capital, próprio, de seus 'mandatários' ou pares... o Estado não está sob a tutela de trabalhadores ou socialistas, mas de corporações e/ou 'associações' internas ou externas, alheias aos interesses do povo em sua quase totalidade... os poucos Estados q existem q são orientados socialmente, todos sofreram ou sofrem com embargos, ameaças e golpes os mais diversos... sob pressão do 'capital' destroem a tudo com o 'capitalismo do desastre' ou com guerras quando a 'ideologia do capital' não surte efeito...

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