Desenvolvimento Econômico, mas a que preço?
Nós, do Estado do Rio de Janeiro, estávamos acostumados a ter uma vida de perfeita sintonia com a deslumbrante Natureza, que sempre emoldurou as principais paisagens fluminenses. Entretanto, essa união vem sendo ameaçada recentemente por empresas dos setores mais poluentes da indústria, como a siderúrgica e a petroquímica, que escolheram a região metropolitana do Estado para instalar seus complexos poluidores, contando com a benevolência dos nossos dirigentes e colocando em risco a fauna, a flora, e principalmente a saúde da população. Depois da chuva de poeira cinzenta sobre o bairro de Santa Cruz, causada pelo auto-forno da Companhia Siderúrgica do Atlântico, que o nosso blog denunciou aqui, agora é a vez do novo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), instalado em Itaboraí, ameaçar a vida marinha e a nossa saúde com seus dejetos químicos venenosos. Onde estão as autoridades do meio-ambiente deste Estado?
O novo secretário de meio-ambiente, o velho Carlos Minc, que sempre usou a natureza como slogan eleitoral, não parece muito preocupado. Se ele tiver a mesma postura que teve no caso da poluição criminosa sobre a população de Santa Cruz, causada pela CSA, nós estamos lascados. Naquela oportunidade, Minc, em entrevista à rádio Band News, se colocou debochadamente a favor da empresa, levantando até suspeitas do jornalista Ricardo Boechat. A bola da vez é o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, que “precisa” se desfazer de seus dejetos químicos via emissário submarino, e está na dúvida entre a Baía de Guanabara ou o litoral de Itaipuaçu, em Maricá, rico em biodiversidade.
Outro fator que chama a atenção e causa desconfiança é a forma como foi conduzida pelas autoridades o processo de consulta pública, através do Estudo de Impacto Ambiental – Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA-RIMA), documento onde se avaliam os possíveis danos ao meio-ambiente causados por determinado projeto (neste caso o emissário do COMPERJ). O período para análise desse documento teve início na antevéspera do Natal, com o prazo terminando no último dia 21 de janeiro - ou seja, num período de festas, férias e feriados, onde o problema teve nenhuma repercussão.
Assim como o grande jornalista Ricardo Boechat, que desconfia seriamente que as autoridades estejam recebendo propina para permitir tamanha agressão ao meio-ambiente, eu também penso que essa só pode ser a única explicação. Fica difícil conceber como autoridades políticas como o senhor Sérgio Cabral e seu assecla do meio-ambiente, Carlos Minc, podem achar normal a lógica de compensação criada por estas empresas: “eu poluo o seu meio-ambiente, em troca lhe trago alguns empregos”, ou “eu jogo lixo na cabeça e nas águas dos seus cidadãos, e em troca eu crio um posto de saúde para cuidar dos problemas causados pela minha sujeira”. É hora de dar um basta neste tipo de política pública, e nestes políticos que só pensam em dinheiro.
fontes:
http://www.nitvista.com/index_frame.php?url=/ecoando/noticias.php%3Fid%3D702
http://sositaborai.blogspot.com/2011/01/com-obras-do-comperj-itaborai-sofre-e.html
http://www.grupoescolar.com/materia/estudo_de_impacto_ambiental.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_Petroqu%C3%ADmico_do_Rio_de_Janeiro
É uma vergonha, como várias outras práticas costumeiras de nossos governantes. Mas não é surpresa. Surpresa seria o contrário, eles começarem a solucionar problemas mais do que denunciados, noticiados, debatidos.
ResponderExcluirParece que, para eles, só importa a sobrevivência de quem tem dinheiro. Remete àquele personagem do Chico Anísio, político, e cujo bordão dizia: "quero mais é que o pobre se exploda!".
É verdade Sandro, à população das regiões afetadas só cabe sofrer as consequências, enquanto que lá no topo da pirâmide, os engravatados celebram mais um empreendimento financeiro. Um dia isso vai mudar (espero).
ResponderExcluirGrande abraço, suas participações são sempre importantes.
Infelizmente as pessoa não estão se preocupando com a natureza. Mas as consequências dessa despreocupação já estão sendo vistas por todos. São enchentes, temporais, deslizamentos e tudo mais!!! Devemos dar mais atenção à nossa mãe terra.
ResponderExcluirAlmir,
ResponderExcluirHá alguns anos não moro no RJ, mas tenho vários familiares por aí. E claro, como carioca estou sempre ligado nas coisas da "terrinha". Pois bem, eu já não me surpreendo com a cara de pau desses políticos com suas falácias e seus sorrisos amarelados!
É lamentável tudo o que vem acontecendo no RJ e pra completar essa situação no Meio Ambiente.
Enfim, o número de caracteres ficaria pequeno para a quantidade que temos para descer o pau nesses caras.......fico por aqui mesmo.
Um abraço
É incrível William, enquanto o mundo caminha para soluções menos agressivas ao meio-ambiente, o Brasil vai na direção contrária. Talvez justamente por isso. Quero dizer, será que a Alemanha, país-sede da Thyssenkrupp, empresa que controla a CSA, permitiria a instalação de uma bomba poluidora daquelas em solo alemão? Eu duvido muito. Então eles trazem estes complexos pra cá, neste terra tupiniquim onde tudo é permitido.
ResponderExcluirGrande abraço.
Passando adiante, rapaz:
ResponderExcluirhttp://esquizofreneticoblues.blogspot.com/2011/01/tem-selo-la.html
Abraço
Almir,
ResponderExcluirtema muito bem escolhido! Vc como professor de hitória, nitidamente consciente e com senso crítico apurado, deve postar, eu diria até com certa frequencia, esses temas cotidianos que nos despertam a reflexão. O descaso dos governantes, fora as "maracutaias" o "meke in off", os bastidores de nossa política podre, o quanto países de "engravatados" europeus, ou aqui da "nossa" América do Norte, se beneficiam facilmente com países como o nosso. Tive o "prazer" de conhecer a Alemanha, e posso te garantir que sim, é muito pouco poluída, o que nos remete a uma série de reflexões paralelas! Grande abraço!
Blog inteligente, volto!!!!