Não mexam com a nossa cerveja
Às vezes dá a impressão de que brasileiro nasceu para se dar mal na vida mesmo. E ele parece não ligar muito. Não sei se por culpa da nossa histórica herança católica que fomenta a prostração conformada, ou por conta mesmo de uma elite egoísta que quer tudo pra si. Mas o fato é que sempre somos obrigados ter o de menos e pagar sempre o de mais.
Nossos carros “populares” custam mais caro que os possantes de luxo estrangeiros; nossos shows musicais custam 2 vezes mais do que lá fora; nossos transportes públicos são horríveis apesar das tarifas estratosféricas; nossos empresários adulteram alimentos e até a gasolina, como traficantes de drogas que colocam talco na cocaína para render mais; nossos políticos recebem os maiores salários do mundo para trabalharem apenas na quarta-feira… A lista de sacanagens é infinita.
Estava até dando pra aturar. Afinal, ainda temos a nossa cerveja sagrada para beber e fugir dos problemas. Temos? Mas não é que resolveram adulterar até a nossa cerveja??
Recentemente foi publicado nas redes sociais que a cerveja que o brasileiro consome pode conter até 48 por cento de milho transgênico em vez de cevada… Quer dizer, além de ser milho no lugar da cevada, ainda é transgênico, com todos os riscos inerentes a esta recente prática de manipulação genética dos alimentos. A justificativa é uma das coisas mais cretinas que já se viu nos últimos tempos. A Ambev diz que a adição de ração de galinha (milho) na cerveja do consumidor, é para “ajustar o sabor da bebida ao paladar do brasileiro”. É ou não é nos chamar de otários na maior cara de pau? Talvez sejamos mesmo…
Mas não podemos ficar parados. Nos roubem, nos sacaneiem, nos façam de idiotas, mas não mexam com a nossa cerveja!
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