O novo Plano Nacional de Educação
Em 2011 encerra-se o prazo de 10 anos do atual Plano Nacional de Educação (PNE-F), em vigor desde 2001, que deverá ser substituído pelo PNE-N, com novas metas, novas diretrizes que devem orientar os rumos da Educação no país pelos próximos 10 anos. O problema, é que o Plano Nacional de Educação que chega agora ao fim, teve muitas determinações não cumpridas pelos responsáveis. Por que deveríamos acreditar que o novo PNE será cumprido?
O novo Plano Nacional de Educação nasceu fruto de debates ocorridos na Conferência Nacional de Educação (CONAE) realizado no final de março e começo de abril do ano passado, em Brasília, com dirigentes como o Ministro da Educação Fernando Haddad (foto). Mas enquanto se discutia o novo Plano, deixou-se de se salientar que o antigo PNE deixou de ser cumprido por uma série de fatores. O primeiro deles foi o veto do então presidente Fernando Henrique Cardoso (logo ele, um professor de Sociologia) à cota de 7% do PIB para a Educação. Sem verbas suficientes, o Plano começou já cambaleante. Outro problema é que não se previu a quem cabia a responsabilidade pela implementação do Plano na Educação. Não se tem a clara ideia de que setores – se o Estado, o município ou a União – são responsáveis pela implementação das metas. E também não se prevê a menor punição no caso de que não venham a ser cumpridas. Neste cenário, nenhum político se sente na obrigação de dar o primeiro passo. Por conta disso, o país deixou de avançar em alguns setores estratégicos. Não conseguiu erradicar o analfabetismo até 2010, como o previsto; não conseguiu reduzir em até 50% a repetência e o abandono escolar, entre outras coisas. Mas também é verdade que o PNE representou um passo adiante em outras questões, como a implementação do Ensino Fundamental com 9 anos de duração, por exemplo.
O novo PNE-N prevê um aumento no investimento público em Educação, elevando progressivamente a participação da Educação no PIB para 7%. Especialistas defendem que seria necessário chegar a 10%. Se a presidente Dilma, que vem defendendo a valorização deste setor, não vetar os 7%, já será uma vitória. Outro fator que preocupa os especialistas é a determinação de que a taxa de conclusão dos cursos superiores chegue a 90%. De que maneira será feito isso? Aprovação de alunos despreparados? Queda na qualidade do ensino?
Seria pedir muito que o Congresso (responsável por analisá-lo) possa aprovar o novo PNE-N do jeito que a sociedade exige. Mas não custa nada dar um voto de confiança para a nova presidente, que elegeu a Educação como uma de suas maiores bandeiras. A sociedade civil precisa aprender também a se organizar e reivindicar do Poder Público as suas demandas. Vamos dar um tempo para ver se o novo PNE será cumprido, ou mais uma vez, não passará de uma mera carta de boas intenções.
fontes:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110118/not_imp667573,0.php
Como já disse várias vezes em meu blog, não acredito no sistema educacional no Brasil.
ResponderExcluirTrabalho com isso diariamente e não vejo qualquer sinal de que possa vir a melhor. Muito pelo contrário.
Todas as atitudes tomadas nos últimos anos parecem visar apenas ao decréscimo na qualidade da educação em todos os seus níveis, desvalorização do professor e aumento no processo de analfabetismo funcional dos brasileiros, principalmente dos de classe mais baixa.
Por isso decidi há tempos fazer a minha parte da melhor forma possível, para manter minha consciência limpa de que pelo menos algo está sendo feito de útil pelos alunos.
O resto, para mim, é puro blá blá blá.
Abraço!
é, de fato a educação no brasil é uma vergonha, cada vez eu acredito menos no sistema educacional...
ResponderExcluirfalar de educação e falar de uma construção, a qual engloba toda uma casta de profissionais, alguns deles como e o caso dos professores, que são atores principais neste cenário, deveriam ser melhor preparados e remunerados.
ResponderExcluiruma coisa que foi mencionada e que não concordo de forma alguma é aprovar alunos que não estão preparados para exercer uma profissão, mais isso envolve todo um discurso.